Comissão discute veto presidencial com deputado federal

O veto integral do presidente da República ao Projeto de Lei Federal 3.178/97, do deputado federal Padre Roque (PT/PR...

11/12/2001 - 17:56
 

Comissão discute veto presidencial com deputado federal

O veto integral do presidente da República ao Projeto de Lei Federal 3.178/97, do deputado federal Padre Roque (PT/PR), que institui a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia em todas as escolas de nível médio do País, foi tema, nesta terça-feira (27/11/2001), de audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia de Minas. O debate fez parte de uma mobilização nacional que está sendo realizada pelo autor do projeto, visando a derrubada do veto presidencial, publicado no Diário Oficial em 9/10. O presidente argumentou que faltam professores especializados e que a contratação de novos professores traria ônus para os Estados. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional em 18/9 e, pela Constituição, o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias a contar de seu recebimento no Congresso, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em votação secreta em urna. Se o veto não for mantido, o projeto será enviado à Presidência para promulgação.

O deputado Durval Ângelo (PT), autor do requerimento que originou a reunião, iniciou os trabalhos dizendo que a Educação deve ter motivações e valores que levem educandos e educadores a refletirem de maneira crítica sobre a realidade. "A Filosofia traz reflexões fundamentais para o despertar da consciência política e da busca da cidadania", declarou. Durval Ângelo informou que será encaminhada moção às lideranças partidárias e à bancada mineira do Congresso Nacional, solicitando a derrubada do veto.

Reflexão - O deputado federal Padre Roque disse acreditar que o presidente assinou o veto sem ler o seu conteúdo, pois os argumentos utilizados são irrisórios e até mentirosos. Padre Roque disse que o projeto é extremamente importante e reflete uma preocupação existencial. Segundo ele, incidentes como o ocorrido com o índio Galdino devem-se à existência de uma lacuna na formação moral e intelectual. "Não há corporativismo na intenção do projeto. A empregabilidade nunca esteve no horizonte, mas, sim, uma reflexão profunda sobre o homem e a sociedade", comentou. Padre Roque salientou a importância da inclusão das duas disciplinas no ensino médio, pois, assim, poderá haver o retorno da discussão em torno da sabedoria, bem como a reflexão crítica sobre as causas dos problemas sociais. "A Filosofia e a Sociologia são ministradas nas escolas particulares, e por que o povão não pode ter acesso a elas?", questionou.

Mesa

Também compuseram a mesa o deputado Paulo Piau (PFL), presidente da Comissão, e, como representantes do curso de Filosofia da PUC/MG, o coordenador, Padre Márcio Antônio de Paiva, e as professoras Sílvia Contaldo e Luzia Werneck.

 

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