Comissão discute saneamento básico da RMBH

A competência para prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário foi debatida, nes...

11/12/2001 - 17:56
 

Comissão discute saneamento básico da RMBH

A competência para prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário foi debatida, nesta quinta-feira (22/11/2001), pela Comissão de Saúde. A reunião, realizada a requerimento da deputada Elaine Matozinhos (PSB), serviu para subsidiar a discussão sobre o Projeto de Lei (PL) 943/2000, do deputado Fábio Avelar (PTB), que trata das diretrizes para a política de saneamento básico em regiões metropolitanas. A parceria entre o Estado, os municípios e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foi apontada pelos convidados como a alternativa mais viável para a melhoria do atendimento à população.

O diretor Metropolitano da Copasa, Rômulo Thomaz Perilli, informou que a empresa tem a concessão de 30 municípios para abastecimento de água e 14 para o sistema de esgotamento sanitário, de um total de 33 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo o diretor, 220 mil pessoas na RMBH não possuem coleta de esgoto. Ele disse, também, que 58% da receita da empresa é gerada na Região Metropolitana. A Copasa possui uma tarifação única para o Estado. Os valores variam de acordo com a classe de consumo. Segundo o diretor, as tarifas são examinadas em um estudo anual que demonstra se há necessidade de aumento e em qual percentual. O resultado é enviado ao governador, que determina o nível de reajuste.

Perilli salientou a necessidade de articulação da política de saneamento com as políticas de saúde e meio ambiente, e disse que o saneamento ambiental só pode se dar por meio de apoio dos municípios. "A situação é complexa. A Copasa está negociando a concessão para prestação de serviços, mas há alguns entraves jurídicos. O Governo Federal está estrangulando as empresas de saneamento. Não recebemos nada desde 1998. Tanto a Caixa Econômica Federal, quanto o BNDES, estão recusando empréstimos", declarou. O diretor informou que estão sendo construídas, com recursos do Estado, 38 novas unidades de tratamento de esgoto.

Secretário diz que titularidade deve ficar com os municípios

De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente e Saneamento Urbano de Belo Horizonte, Paulo Maciel, a tentativa de transferir a competência de prestação de serviços para o Estado é inconstitucional. "É uma medida arbitrária e desnecessária. Os municípios perderão o poder de negociação, mas o peso dos problemas ainda recairia sobre eles", comentou. Para Maciel, tirar a competência dos municípios seria cassar sua identidade. Segundo o secretário, a discussão tarifária deve passar por um processo mais democrático e transparente, onde o Estado participaria como maestro. "Não é necessário tirar a titularidade para se conseguir uma gestão integrada", completou.

Requerimentos - Foram aprovados três requerimentos. O primeiro, da Comissão de Saúde, solicita a realização de reunião destinada à interpretação, aplicação, adaptação e discussão de normas relativas à construção, ampliação ou reforma da rede física e da aquisição e manutenção do equipamento médico-hospitalar das mais diversas instituições de saúde das redes pública e privada do Estado. Pede, ainda, que sejam convidados o secretário de Estado da Saúde, o superintendente de Vigilância Sanitária, o diretor de Infra-Estrutura Física e técnicos dos respectivos setores, todos da Secretaria de Estado da Saúde, além de prefeitos, secretários municipais e profissionais de Saúde envolvidos no assunto. A proposição foi aprovada com uma emenda, do deputado Rêmolo Aloise (PFL), no sentido de que os convidados prestem esclarecimentos sobre convênios de quimioterapia e radioterapia no Estado.

Outro requerimento aprovado, do deputado Márcio Cunha (PMDB), pede a realização de visita da Comissão ao Hospital-Escola São José, da Fundação Educacional Lucas Machado, em Belo Horizonte, para verificar as condições de funcionamento do mesmo. Foi aprovado, ainda, requerimento do deputado João Paulo (PL) solicitando a realização de audiência pública para debater sobre a pesquisa biológica e bioquímica realizada com própolis e pólen, e aplicações terapêuticas desses produtos.

Mesa - Também compuseram a mesa os deputados Marco Régis (PL) - presidente da Comissão, José Braga (PMDB) - vice-presidente, Adelmo Carneiro Leão (PT), Elaine Matozinhos (PSB) e Rêmolo Aloise (PFL), e a engenheira da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano, Sônia Knauser.

 

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