Reunião conjunta discute situação da Lagoa da Pampulha

Já estão licitados R$ 74 milhões para a realização das obras de preservação da Lagoa da Pampulha e de recuperação de ...

11/12/2001 - 17:56
 

Reunião conjunta discute situação da Lagoa da Pampulha

Já estão licitados R$ 74 milhões para a realização das obras de preservação da Lagoa da Pampulha e de recuperação de seu potencial turístico. A informação é do representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano de Belo Horizonte, Weber Coutinho. A preservação da Lagoa da Pampulha e as propostas viáveis de recuperação do seu potencial turístico foram discutidas, nesta quarta-feira (21/11/2001), em reunião conjunta das Comissões de Turismo, Indústria e Comércio e de Meio Ambiente e Recursos Naturais. A audiência foi realizada por meio de requerimento do deputado Doutor Viana (PMDB), que ressaltou várias vezes a importância da Lagoa da Pampulha como patrimônio cultural e turístico de Belo Horizonte.

O programa que viabilizará as obras é da iniciativa privada, capitaneado pelo Grupo Gerar - Projetos e Construções Ltda. - e autorizado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Weber Coutinho disse que, na gestão do ex-prefeito Patrus Ananias, a PBH tentou financiamento no valor de R$ 100 milhões junto a um banco japonês. O financiamento foi vetado devido ao fato de os projetos não atenderem à bacia como um todo. A região de Contagem não estava incluída. Quando o atual prefeito assumiu, o Gerar apresentou, então, o projeto, abrangendo as duas cidades. O coordenador do Gerar, Geraldo José de Oliveira e Silva, falou sobre a intenção de aproveitar os sedimentos que se formam, ao longo dos anos, ao redor da lagoa, pelo assoreamento, para, a partir daí, investir na duplicação da avenida que a rodeia. Também está prevista a implantação de museus, hotéis e centros esportivos, entre outros que prevêem a prestação de serviços e o lazer.

Divergências - A concepção do projeto do Grupo Gerar, as reuniões já realizadas em prol da lagoa, bem como as divergências que já ocorreram entre a comissão técnica da PBH e o grupo foram expostas pelo presidente do Gerar, Maurício Eskenazi. Ele explicou que, por falta de recursos municipais, o grupo foi autorizado a buscar, na iniciativa privada, fontes para a execução dos trabalhos. A Petrobras é a empresa que faz parceria com o Gerar. "Por causa de divergências, o projeto ficou paralisado. Agora está sendo retomado", afirmou.

PREFEITURA RESSALTA IMPORTÂNCIA DO PLANO DIRETOR

Para a secretária municipal de Coordenação Regional da Pampulha, Maria Christina Rodrigues, pior que a situação de agora é o fato de a PBH ter existido por 96 anos sem um Plano Diretor. "Somente em 1996 é que a Prefeitura adotou um plano e aí ficou mais fácil", afirmou. Para ela, esse é o momento de discutir, de acordo com o Plano Diretor, o novo zoneamento da região e o desenvolvimento econômico da Lagoa da Pampulha. A secretária falou, ainda, da importância do Orçamento Participativo do Estado para o desenvolvimento de projetos como os de recuperação.

A questão do tombamento na região como empecilho para execução de obras foi exposta, na reunião, pelo presidente do Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), Flávio de Lemos Carsalade. "O patrimônio histórico sempre acaba sendo consultado depois, o que dificulta o prosseguimento de projetos", disse Carsalade, justificando a fama de "autoritários" que os técnicos ganham quando interrompem alguma fase de um projeto. "A cultura não é um capítulo à parte. Ela tem que ser pensada juntamente com o projeto", concluiu.

O presidente do Grupo Sant Ana, Marcos Villela Sant Ana, lamentou a inviabilização do projeto desenvolvido pelo Gerar. Segundo ele, o projeto estaria solucionando parte dos problemas de assoreamento e poluição enfrentados pela Bacia da Pampulha, impedindo a entrada de novos resíduos. "O descaso com a Pampulha está sendo um atrativo para a favelização da região. Queremos a solução, venha de onde vier", disse.

Palavra dos moradores - O representante do Conselho das Associações da Pampulha (Conapan) e também morador da Pampulha, Washington Heidieis Figueiredo, falou da importância de a discussão dos problemas da lagoa envolver, entre outros, representantes de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo ele, o perfil turístico e de lazer da Pampulha mudou muito ao longos dos anos. "Todos os investimentos na região estão indo contra as margens da Pampulha", lamentou. Entre as questões enfrentadas pelos moradores, estão o mau cheiro e a grande quantidade de insetos no local.

Presenças - Participaram da reunião conjunta a deputada Maria Olívia (PSDB), presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio; Fábio Avelar (PTB), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais e membro da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio; Gil Pereira (PPB), vice-presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio; Márcio Cunha (PMDB); Doutor Viana (PMDB); e Rogério Correia (PT), entre vários convidados.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715