Convidados defendem gestão metropolitana para o lixo
A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais
realizou audiência pública, nesta terça-feira (13/11/2001), para
discutir a elaboração de um Plano Metropolitano de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos. A reunião foi realizada a pedido do deputado
Rogério Correia (PT), que ressaltou a necessidade de buscar soluções
conjuntas para resolver os problemas do lixo em Belo Horizonte
municípios da Região Metropolitana. Segundo o deputado, o aterro
sanitário de Belo Horizonte está sem condições de receber o lixo, e
a Prefeitura buscou alternativas na região de Capitão Eduardo, o que
foi impedido por ter sido transformada em Área de Proteção Ambiental
(APA).
O secretário Municipal de Coordenação de Política
Urbana e Ambiental de Belo Horizonte, Murilo de Campos Valadares,
defendeu que a Assembléia Legislativa coordene os debates para
levantar as questões e procurar soluções para os problemas urbanos.
Segundo ele, é necessário que seja criado um órgão de gestão
metropolitano para que todas as cidades da região possam participar
e negociar soluções. "É necessário uma integração entre os
municípios", ressaltou.
Murilo Valadares afirmou que o aterro de Belo
Horizonte, construído em 1973, está com sua capacidade de vida útil
esgotada desde 2000, quando alcançou a marca de cerca de 1,5 milhão
de toneladas de resíduos. Ele sugeriu que as cidades diminuam sua
quantidade de lixo e incentivem a reciclagem. Outro problema é
encontrar outro terreno onde construir o aterro sanitário, depois
que a região de Capitão Eduardo foi declarada APA.
O vereador de Sabará, Argemiro Afonso Ramos, falou
sobre o termo de compromisso assinado entre a prefeitura daquele
município e a construtora Queiroz Galvão para a construção e
implantação do Centro Metropolitano de Disposição de Resíduos,
intitulado Projeto Macaúbas. Segundo ele, Sabará, por ceder o
terreno, irá depositar o lixo sem ônus e ficará responsável pela
fiscalização do local. O vereador afirmou que o projeto foi feito
sem discussão ampla na cidade, por isso uma audiência pública será
realizada para buscar explicações sobre a escolha de Sabará para a
implantação do aterro.
"A solução para os resíduos sólidos depende de
grandes esforços e investimentos coletivos", afirmou a vereadora de
Belo Horizonte, Neila Maria Batista Afonso. Segundo ela, os
políticos devem verificar a potencialidade dos recursos públicos
nessa área e atuar de maneira efetiva na questão. "Se não houver
vontade política, nada acontece", afirmou. A vereadora sugeriu
investimentos em educação ambiental e que os setores que trabalham
na reciclagem de materiais sejam envolvidos na discussão.
Requerimentos - Ainda
durante a reunião, foram aprovados 11 requerimentos do deputado
Carlos Pimenta (PDT), solicitando o envio de ofícios a órgãos do
Poder Executivo.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Fábio Avelar (PTB), Rogério Correia (PT),
Maria José Haueisen (PT), Miguel Martini (PSB) e autoridades da
região metropolitana.
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