Presidente da Acesita nega acusações de irregularidades

"Fui surpreendido pelas denúncias." Foi desta forma que o diretor-presidente da Acesita Energética Ltda., Rubens Teod...

11/12/2001 - 17:56
 

Presidente da Acesita nega acusações de irregularidades

"Fui surpreendido pelas denúncias." Foi desta forma que o diretor-presidente da Acesita Energética Ltda., Rubens Teodoro da Costa, manifestou-se na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Carvoarias nesta terça-feira (13/11/2001), acerca das acusações apresentadas pelos sindicatos dos trabalhadores da indústria extrativa de Minas Gerais. Segundo Costa, nada de irregular foi comprovado pelos laudos emitidos pela Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais (DRT/MG), após visita de inspeção realizada em agosto nas áreas da Acesita. "Nossa empresa tem sido vistoriada periodicamente. Tenho documentos atestando que as Delegacias Regionais do Trabalho de Curvelo e de Teófilo Otoni nos visitaram por 30 vezes nos últimos 10 anos", declarou o diretor, que completou: "creio que esse número é suficiente para provar que somos fiscalizados com regularidade".

O processo de terceirização empregado pela Acesita foi bastante questionado pelos deputados, que pediram explicações sobre a norma estabelecida pela empresa na produção de carvão. Rubens Costa afirmou que existem 10 empreiteiras de carvoejamento trabalhando para a Acesita. "As empresas são contratadas para produzirem carvão. O contrato firmado com as empreiteiras exige o estabelecimento de normas para proteger o empregado; inclusive, as fiscalizamos sempre para constatar se as cláusulas estão sendo respeitadas", afirmou. Ele salientou que as empresas possuem áreas demarcadas nas quais constróem seus próprios fornos. Costa garantiu, ainda, que não existem subcontratos feitos pelas empresas terceirizadas. A acusação de que a atividade-fim de uma empresa não pode ser terceirizada também foi rebatida pelo diretor da Acesita. "O conceito de atividade-fim é questionável. Trabalhamos para outra empresa fornecendo o carvão produzido, então, não entendo que essa avaliação possa recair sobre a Acesita", disse.

Diretor nega que imagens sejam da área da Acesita

Costa frisou que as imagens veiculadas na mídia, as quais mostram algumas situações precárias dos trabalhadores, não foram gravadas em áreas da Acesita e tampouco referem-se a empresas contratadas por ela. "O que foi mostrado são os chamados residueiros. Eles compram os restos de madeira que não são aproveitados por nós e vendem depois. O Ministério Público do Trabalho nos sugeriu que parássemos com o fornecimento desses materiais, e, por isso, encerramos os contratos. O fato acarretou 200 demissões dos empregados envolvidos", declarou o diretor, que salientou: "não podemos controlar as condições de trabalho oferecidos por essas pequenas empresas". As acusações de exploração do trabalho infantil e do transporte precários dos trabalhadores também foram negadas por Costa. "Não existe nada disso em nossas áreas", disse.

Para o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB), o sistema de terceirização prejudica o trabalhador. "A terceirização representa a precarização da atividade humana", declarou o deputado. Ele disse, ainda, que a função da CPI é averiguar todas as empresas envolvidas no processo de extrativismo. "Vamos analisar as condições de trabalho das empresas de um modo geral e o nosso objetivo é averiguar quem comercializa o carvão", afirmou. O presidente da Comissão, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), disse que não é somente a área da Acesita que deve ser investigada. "Não temos a Acesita como foco das ações, simplesmente ela foi denunciada e o nosso papel é apurar. A nossa preocupação se estende a todos os empregados terceirizados", declarou.

Foram aprovados dois requerimentos. O deputado Márcio Cunha (PMDB) solicita uma visita da Comissão às áreas da Acesita Energética no Vale do Jequitinhonha. A emenda nº 1, do deputado Fábio Avelar (PTB), pede que seja realizada uma audiência pública nos locais visitados. O deputado Fábio Avelar solicita ainda, em outro requerimento, que sejam intimadas para prestarem esclarecimentos as empresas que prestam serviço na área de carvão.

Presenças

Participaram da reunião os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da Comissão; Fábio Avelar (PTB), vice-presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PPB); Márcio Cunha (PMDB) e Sebastião Costa (PFL).

 

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