Assembléia debate proteção à bacia do Rio das Velhas
Exigir o cumprimento das leis ambientais,
disciplinar o processo de ocupação e crescimento urbano e proceder
ao tratamento da rede de esgotos. Estes foram os principais desafios
apontados pelo chefe da Divisão da Unidade de Conservação do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Luis Artur Castanheiras, um dos expositores do Ciclo de
Debates "Proteção Ambiental na Bacia do Rio das Velhas: Situação
atual e Perspectivas", realizado nesta sexta-feira (9/11/2001), no
Plenário da Assembléia. A iniciativa é uma continuidade do Movimento
"Minas em Defesa das Águas", que engloba uma série de ações
destinadas à defesa e à preservação dos recursos hídricos do Estado.
Representando o presidente da Assembléia, deputado
Antônio Júlio (PMDB), o deputado Fábio Avelar (PTB) iniciou os
trabalhos, fazendo um breve histórico da relevância do Rio das
Velhas para Minas Gerais. Segundo ele, junto com os peixes morrem
também uma parte significativa da economia regional e a identidade
cultural das populações ribeirinhas. "O Rio das Velhas é hoje um
retrato do descaso e da falta de consciência dos valores
ambientais", declarou. O deputado disse que o meio ambiente está
intimamente vinculado à saúde, qualidade de vida e cidadania e que
só é possível concretizar as ações propostas com a aglutinação de
esforços dos órgãos governamentais, entidades ambientalistas,
instituições acadêmicas, empresas privadas e setores organizados da
população.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Paulo
Maciel, disse que já existem ações efetivas de preservação, como o
tratamento da rede de esgotos do Ribeirão Arrudas e da Lagoa da
Pampulha, mas que apenas elas não são suficientes. De acordo com o
secretário, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) focalizam as
regiões mais sensíveis e estão conseguindo se contrapor a algumas
devastações e extrações agressivas ao meio ambiente. Maciel
salientou a importância da participação das comunidades e
propriedades rurais na preservação da Bacia do Rio das Velhas e
falou que a preservação deve caminhar ao lado do uso sustentável dos
recursos naturais, como meio de se atingir o desenvolvimento
social.
"É preciso estabelecer diretrizes para o manejo dos
recursos naturais", afirmou o diretor de Proteção à Biodiversidade
do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Miguel Ribon. Ele informou
que existem 12 APAs entre as 147 unidades de conservação e proteção
ao meio ambiente do Estado. O coordenador Apolo Heringer, do Projeto
Manuelzão, uma iniciativa pela revitalização da bacia hidrográfica
do Rio das Velhas, disse que é preciso formar um corredor ecológico
de preservação. Segundo ele, a região metropolitana de Belo
Horizonte é a área que mais agride a bacia do Rio das Velhas. "Não
queremos o meio ambiente só para gerar dinheiro, mas para a vida",
concluiu.
Mesa - Compuseram a Mesa o
deputado Fábio Avelar (PTB); o diretor de Proteção à Biodiversidade
do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Miguel Ribon; o
coordenador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer; o secretário
municipal do Meio Ambiente, Paulo Maciel; o representante do Projeto
Manuelzão, Edésio Teixeira; e o chefe da Divisão da Unidade de
Conservação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Luis Artur Castanheiras.
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