Ex-presidente da Loteria Mineira reafirma inocência
O ex-presidente da Loteria Mineira Márcio Tadeu
Pereira declarou-se inocente das acusações de irregularidades na sua
gestão à frente da loteria, na reunião da Comissão Especial das
Máquinas Off-Line, nesta quinta-feira (8/11/2001). Pereira foi
sabatinado pelos deputados que compõem a Comissão e diz não
compreender como ainda há suspeitas sobre a sua idoneidade. "Estou
com a minha consciência tranqüila. Reafirmo que nenhum ato
arbitrário ou ilegal foi praticado por mim quando presidi a
loteria", declarou.
Segundo Pereira - que foi exonerado do cargo em
abril de 2000 em decorrência de suspeitas de monopólio no contrato
com a empresa que explora o jogo interativo em Minas Gerais -, houve
uma auditoria na qual nada foi constatado de irregular. "Fui
isentado de qualquer possibilidade de suspeita, pois os técnicos da
auditoria não confirmaram as acusações feitas", disse o
ex-presidente. O capitão da Polícia Militar de Minas Gerais Adriano
César Araújo, que representou o auditor-geral do Estado, Aírton
Maia, reafirmou que nada foi constatado na fiscalização. "O
relatório foi realizado de maneira minuciosa e a conclusão final não
comprovou nada de ilegal", declarou Araújo.
Denúncia anônima - Márcio
Pereira informou à Comissão que a denúncia envolvendo o seu nome foi
recebida pelo Ministério Público de forma anônima, através de um
documento. De acordo com ele, a sua destituição do cargo foi
injusta. "Não entendi como fui exonerado, se a auditoria realizada
não corroborou as acusações." Pereira afirmou que assumiu a loteria
com um saldo de R$ 400 mil, deixando-a com R$ 23 milhões. Seu
objetivo era regulamentar 15 mil máquinas. "Atualmente existem 60
mil operando de forma irregular em todo o Estado de Minas Gerais",
concluiu.
O presidente da Associação das Empresas de
Diversões Eletrônicas Interativas Off-Line, Celso Schill, disse que,
no Brasil, o trabalhador que atua no setor de jogos eletrônicos é
considerado contraventor. "Importamos as máquinas legalmente e com o
aval do Governo Federal. Quando funcionávamos, os impostos eram
pagos regularmente. Queremos ter o direito de trabalhar", declarou.
Schill lembrou que o Estado está deixando de faturar uma quantia
relevante em impostos. "Em cada máquina eram cobrados R$ 325,00, mas
agora o governo não arrecada mais. O Estado tem 60 mil de máquinas
atuando na clandestinidade, nas quais não é aferido dinheiro algum",
afirmou. Ainda segundo Schill, 70 mil pessoas dependem do trabalho
com as máquinas para sobreviver, e a associação está sob
intervenção. "O Ministério Público confiscou tudo que havia no nosso
escritório. Não somos criminosos", comentou.
REQUERIMENTOS APROVADOS
Na reunião da Comissão, foram aprovados os
seguintes requerimentos: do deputado Márcio Kangussu (PPS),
solicitando visitas da Comissão a outros Estados, com a finalidade
de obter subsídios para os trabalhos; e do deputado Luiz Fernando
Faria (PPB), solicitando a prorrogação do prazo da Comissão por mais
30 dias.
Presenças
Estiveram presentes à reunião os deputados Alencar
da Silveira Júnior (PDT), presidente da Comissão; Márcio Kangussu
(PPS), vice-presidente; Luiz Fernando Faria (PPB), relator; Dilzon
Melo (PTB); e Gil Pereira (PPB).
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