Aprovada abertura de crédito especial para o Funderur

O Plenário da Assembléia Legislativa aprovou, na manhã desta quarta-feira (7/11/2001), durante reunião extraordinária...

11/12/2001 - 17:56
 

Aprovada abertura de crédito especial para o Funderur

O Plenário da Assembléia Legislativa aprovou, na manhã desta quarta-feira (7/11/2001), durante reunião extraordinária, autorização para o governo do Estado abrir crédito especial, até o limite de R$ 16 milhões, em favor do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (Funderur), prevista no Projeto de Lei (PL) 1.763/2001, de autoria do governador do Estado. O projeto tramita em turno único e deverá voltar a Plenário para ser apreciado em redação final, antes de ser enviado para sanção do governador.

Os recursos previstos na proposição vão garantir o financiamento de programas de desenvolvimento rural, de reforma agrária, de assentamento e colonização e melhoria das condições de vida de comunidades rurais. Foi aprovada também a emenda nº 8, que aprimora a redação do artigo 1º do projeto, incluindo entre os projetos a serem financiados aqueles de assistência técnica e de extensão rural para comunidades de agricultores familiares, em sintonia com os objetivos norteadores do Funderur.

Os recursos previstos são provenientes, segundo esclareceu o governador do Estado na sua mensagem à Assembléia Legislativa, de superávit financeiro do próprio Funderur, relativo ao exercício de 2000, no valor de R$ 14 milhões, e do saldo de caixa vinculado ao Funderur, em decorrência da extinção do Fundo Estadual de Saneamento Básico (FESB), no valor de R$ 2 milhões.

Projeto autoriza renegociação da dívida de mutuários da Cohab

Também foi aprovado, em 1º turno, o PL 718/1999, do deputado Paulo Piau (PFL), que autoriza o Estado de Minas Gerais, por intermédio da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab/MG), a renegociar dívidas e promover liquidação oriundas de operações creditícias realizadas entre a Cohab e mutuários. O projeto foi aprovado na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza a renegociação com os mutuários do Fundo Estadual de Habitação (FEH) que estejam com o pagamento das prestações do financiamento em atraso ou com prestações de valor superior a 25% da renda familiar mensal e que tenham firmado o contrato com o agente financeiro pelo menos a 12 meses antes da data da renegociação..

O projeto estabelece também as condições para o pagamento das dívidas, a serem estabelecidas entre o agente financeiro e o mutuário, determinando, por exemplo, que o valor das prestações mensais do financiamento, acrescidas ou não de juros, não poderá ultrapassar o limite de 25% da renda familiar do mutuário. O projeto autoriza ainda, para o mutuário do FEH, a liquidação antecipada do saldo devedor do financiamento com índices de desconto de até 50% do débito atualizado.

Os benefícios previstos nesta proposição se estendem também aos terceiros adquirentes do imóvel, aos promissários compradores ou aos cessionários de direito sobre o imóvel objeto de contrato de financiamento habitacional. Aprovado o projeto, que ainda volta a Plenário para apreciação em 2º turno e redação final, o Poder Executivo terá 60 dias, a contar da data da sua publicação, para regulamentar a lei.

Projeto da anistia fiscal tramita em regime de urgência

Ainda na reunião da manhã desta quarta-feira (7/11), os deputados se revezaram na Tribuna do Plenário para encaminhar a votação do PL 1.279/2000, que consolida a legislação tributária do Estado de Minas Gerais, adaptando-a às disposições de leis complementares federais. A pedido do Líder do Governo, deputado Antônio Andrade (PMDB), aprovado pelo Plenário, o projeto, que está sendo apreciado em 1º turno, passou a tramitar em regime de urgência.

O projeto já foi discutido em Plenário, quando recebeu o substitutivo nº 1, de autoria do deputado Antônio Júlio (PMDB), que incluiu no texto original do projeto dispositivos que tratam da concessão de anistia fiscal a contribuintes do Estado, além de duas emendas. Desta forma o projeto retornou à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, realizada na última terça-feira (6/11), tendo recebido parecer favorável do relator, deputado Rêmolo Aloise (PFL), na forma do substitutivo nº 2, que contempla parcialmente o primeiro substitutivo, emendas e sugestões apresentadas por diversos deputados. O Plenário aprovou ainda três outros requerimentos solicitando votação em destaque dos artigos 7º, 8º, 9º, 17, 20, 22 e 23 e os parágrafos 11-A do artigo 1º e 1º do artigo 7º .

Deputados questionam política do governo de conceder anistias fiscais

No encaminhamento da votação, o deputado Rogério Correia (PT) criticou a política do governador Itamar Franco de, anualmente, desde o primeiro ano de gestão do seu governo, encaminhar à Assembléia Legislativa um projeto para anistiar contribuintes devedores, alegando necessidade de recursos para o pagamento do 13º salário dos servidores públicos. O deputado foi autor de uma emenda que vinculou os recursos da anistia ao pagamento do 13º salário, para evitar que os recursos fossem aplicados em outros fins, mas questionou essa prática do governo, de transferir a responsabilidade do pagamento dos servidores para a Assembléia.

Os deputados Antônio Carlos Andrada (PSDB) e Ermano Batista (PSDB) também fizeram duras críticas ao governo do Estado, afirmando que as dificuldades financeiras que o governo enfrenta hoje são frutos da sua incapacidade para administrar o Estado. Eles criticaram ainda a Proposta Orçamentária para 2002, encaminhada pelo Executivo à Assembléia Legislativa, que prevê recursos de R$ 2 bilhões para investimentos em obras, valor que, no entanto, seria fictício, pois a sua provisão teria origem num crédito que o governo do Estado negocia com o INSS, no total de R$ 2,6 bilhões, mas que não tem recebimento garantido.

Os deputados Hely Tarqüínio (PSDB) e Kemil Kumaira (PSDB) criticaram o projeto de anistia fiscal e frisaram que essa prática do governo está se tornando uma regra que poderá influir no comportamento dos contribuintes, levando-os a adiar cada vez mais o recolhimento dos impostos devidos, sempre na expectativa de uma anistia no final do exercício. Também os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Maria José Haueisen (PT) manifestaram que votarão contra o projeto, por ele ser inadequado e contrário aos interesses públicos.

Eles criticaram, principalmente, o artigo 20 do substitutivo nº 2, que dá ao secretário de Estado da Fazenda, ouvido o Procurador-Geral da Fazenda Estadual e a pedido do contribuinte, o poder de fazer retornar à fase inicial o processo que se encontra em execução fiscal, ou não, para reexame da Ação Fiscal. Segundo eles, a função de fiscalização é própria do Poder Legislativo. Ao transferir esse poder para o secretário de Estado da Fazenda, a Assembléia estará abrindo mão de suas funções constitucionais.

Os deputados Amilcar Martins (PSDB), Miguel Martini (PSB) e Alencar da Silveira Jr. (PDT) também fizeram críticas ao projeto e o deputado Sebastião Costa (PFL), apesar de dizer que seu partido votará de forma favorável ao projeto, ressaltou que essa prática não deve continuar, pois a anistia não pode ser um recurso de reforço de caixa para pagamento do 13º salário, que deve ser previsto ao longo do ano.

 

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