Comissão do Esporte debate privatização do Mineirão
A privatização do Mineirão foi discutida pela
Comissão Especial do Esporte, nesta quarta-feira (7/11/2001), com o
prefeito de Ribeirão das Neves, Dirceu Pereira, e o jornalista da
Rede Bandeirantes de Televisão Francisco Maia. Pereira, que
representou a Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e a
Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt/MG), declarou ser
contrário à proposta de privatização do Estádio Governador Magalhães
Pinto. Ele presidiu por seis anos a Administração dos Estádios de
Minas Gerais (Ademg) - autarquia que controla o Mineirão e o
Mineirinho - e concluiu que repassar o estádio para empresas
privadas seria prejudicial ao esporte mineiro. "Não podemos competir
com o capital oriundo de outros Estados. Correremos o sério risco de
perder o comando do maior templo de Minas para pessoas que não são
ligadas aos mineiros", disse.
Parceria com a AMCE -
Acreditando que o projeto de privatizar o Mineirão é "caminhar pela
contramão", o prefeito salientou que o estádio é rentável. Ele
argumentou dizendo que a Ademg pode explorar as placas publicitárias
e as feiras que ocorrem no estacionamento e, por isso, não depende
do governo para se manter. Pereira lembrou ainda que, durante 28
anos, a Ademg teve na presidência cronistas esportivos e, por isso,
segundo ele, não houve problemas na administração. "Os cronistas são
pessoas que conhecem muito bem a situação do esporte mineiro e têm
embasamento para coordenar os estádios", declarou. Ele informou à
Comissão que deixou a Ademg com R$ 1,6 milhão em caixa e sugeriu que
a melhor proposta para o Mineirão é a parceria administrativa entre
a AMCE e o governo. "Creio que essa sugestão é a mais viável para a
correta gestão do Mineirão. Com a adoção do regime de comodato, não
corremos o perigo de perde o espaço, tão relevante para Minas
Gerais", concluiu.
SUPER-EXPLORAÇÃO DO MINEIRÃO É DEFENDIDA
O jornalista Francisco Maia defendeu a idéia de uma super-exploração
do Mineirão. Segundo Maia, o uso do estádio não pode
se restringir a eventos esportivos. "Acho que o espaço deveria ser
destinado a todo tipo de espetáculo. Não podemos permitir que uma
obra daquela grandeza seja somente usada para fins desportivos", declarou.
O jornalista disse que se encontrou com os principais nomes
do esporte mineiro para comparecer à reunião. "Preferi levantar
dados com os desportistas mais importantes para poder ter um
maior conhecimento dos problemas relativos ao setor", afirmou Maia.
Ele constatou que o esporte especializado está sofrendo atualmente,
pois os clubes não possuem condições de manter os atletas.
"Além disso, com a ausência da educação física no currículo escolar,
deixamos de fabricar jovens valores para as modalidades
olímpicas. Devemos criar leis que incentivam os clubes, pois eles
desenvolvem um trabalho social de forma ímpar", concluiu.
Foi aprovado ainda requerimento do deputado Bené
Guedes (PDT), presidente da Comissão, que convida representantes das
escolas de educação física do Estado de Minas Gerais a participarem
de reunião.
Presenças - Estiveram
presentes à reunião os deputados Bené Guedes (PDT), presidente da
Comissão; Ivair Nogueira (PMDB), relator; e João Pinto Ribeiro
(PTB).
|