Situação da Divisão de Tóxicos da Capital é discutida

Em celas onde deveriam estar, no mínimo, 28 detentos e, no máximo, 50 estão 290. Em algumas delas não há banheiro ou ...

11/12/2001 - 17:56
 

Situação da Divisão de Tóxicos da Capital é discutida

Em celas onde deveriam estar, no mínimo, 28 detentos e, no máximo, 50 estão 290. Em algumas delas não há banheiro ou iluminação. Há detentos no pátio, expostos ao sol e à chuva, impossibilitando o banho de sol daqueles que estão nas celas. Essas são algumas das irregularidades verificadas na Divisão de Tóxicos e Entorpecentes da Capital e discutidas na reunião da Comissão de Direitos Humanos desta quarta-feira (7/11/2001).

O deputado Edson Rezende (PT), presidente da Comissão, disse que não há ação política concreta para solucionar a "situação degradante" dos detentos. Segundo ele, em dois anos, nenhum membro do Ministério Público esteve na Divisão de Tóxicos e Entorpecentes da Capital. Para o deputado Luiz Tadeu Leite (PMDB), a questão prisional é um "assunto gasto", mas a Comissão tem o direito de ser idealista. Ele criticou a ausência dos convidados e sugeriu uma reunião da Comissão com representantes do Ministério Público, dos Poderes Executivo e Judiciário e da população.

Os governos estadual e federal têm feito a parte deles, na opinião do superintendente-adjunto de Organização Penitenciária, Roberto Gonçalves. Segundo ele, a Secretaria de Estado da Justiça e de Direitos Humanos é referência no País pelo seu sistema penitenciário. São nove unidades penitenciárias, dois hospitais e três colônias, que abrigam, juntos, 4,3 mil detentos.

Números - Não só a situação da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes da Capital, mas de todos os estabelecimentos prisionais devem ser solucionados, segundo o corregedor-geral da Polícia, Sérgio Francisco Freitas, que disse também não haver solução imediata para o problema. De acordo com ele, em dezembro de 2000, eram 12.926 presos nos 300 estabelecimentos prisionais administrados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e, hoje, são 15.050. A diferença entre o número de presos representa um crescimento da população carcerária de mais de 10%.

REQUERIMENTOS APROVADOS

Na reunião, foram aprovados seis requerimentos. O deputado Luiz Tadeu Leite (PMDB) solicitou voto de congratulações; o deputado Miguel Martini (PSB) cobrou do secretário de Segurança Pública providências para criação e instalação de delegacia na região central da Capital; e o deputado Marcelo Gonçalves (PDT) solicitou ao delegado de polícia chefe do Departamento de Investigações, Paulo Porto, cópia do ofício encaminhado ao Departamento de Investigações pelo comandante do 8° CPRM, coronel Geraldo Arnaldo Doro Pereira, em outubro, referente ao Boletim de Ocorrência nº 551741, de 13 de outubro de 2001, e cópia do laudo referente a substância apreendida naquela ocorrência.

Os deputados Edson Rezende (PT) e Miguel Martini (PSB) requereram o encaminhamento de cópia das notas taquigráficas da reunião realizada no último dia 6, pela Comissão, e providências urgentes relativas à segurança pública ao governador do Estado, ao secretário de Segurança Pública, ao comandante-geral da PMMG, ao prefeito municipal de Belo Horizonte, aos deputados federais da bancada mineira, aos senadores eleitos por Minas Gerais, ao presidente do Tribunal de Justiça e ao procurador-geral de Justiça de Minas Gerais.

Do deputado Edson Rezende (PT) foram aprovados, também, dois requerimentos. Um deles solicita envio de ofício ao comandante-geral da Polícia Militar sobre as providências que estão sendo adotadas em relação à apuração da denúncia de crime de tortura que envolveria policiais militares em Itabira, conforme notícia da edição 175 do jornal "O Espinhaço", veiculado na segunda quinzena de julho de 2001. A designação de um médico legista para atuação profissional em Itabira pelo órgão competente, mediante ofício, foi solicitada pelo parlamentar no segundo requerimento.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Edson Rezende (PT), presidente da Comissão, Luiz Tadeu Leite (PMDB) e Marcelo Gonçalves (PDT), além do superintendente-adjunto de Organização Penitenciária, Roberto Gonçalves, e do corregedor-geral da Polícia, Sérgio Francisco Freitas.

 

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