Setor de pesquisa pede recursos e investimentos em pessoal

Faltam recursos e investimentos em pessoal nas instituições de pesquisa de Minas Gerais e esse é o principal empecilh...

11/12/2001 - 17:56
 

Setor de pesquisa pede recursos e investimentos em pessoal

Faltam recursos e investimentos em pessoal nas instituições de pesquisa de Minas Gerais e esse é o principal empecilho ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Estado, na opinião dos expositores do Fórum Técnico "Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica de Minas Gerais", promovido pela Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. O evento foi aberto na manhã desta segunda-feira (5/11/2001), no Plenário, e o presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia, deputado Paulo Piau (PFL), informou que, no orçamento de 2001, foram destinados R$ 226 milhões para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e no orçamento para 2002 está prevista a aplicação de R$ 219 milhões. Minas Gerais ocupa o sexto lugar no ranking nacional de investimento em pesquisa.

Na primeira fase do evento, representantes da Fundação João Pinheiro (FJP), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Fundação Ezequiel Dias (Funed), Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), falaram sobre a situação crítica que atravessam essas instituições de pesquisa. O 2º-secretário da Assembléia, deputado Wanderley Ávila (PPS), abriu os trabalhos dizendo que a pesquisa é a palavra-chave para a produção do conhecimento, para a autonomia e a independência, constituindo um suporte fundamental para a formulação de políticas públicas. Ele ainda disse que é imprescindível o estímulo e o apoio, por parte do Estado, às empresas de pesquisa, em vista ao amplo alcance de seus resultados.

Instituições pedem concurso público e plano de carreira

O superintendente geral da Funed, Tarcísio de Campos Ribeiro, apontou como essenciais ao desenvolvimento da ciência e tecnologia o fortalecimento do Conselho Científico e Fiscal, uma política de recursos exclusiva para o setor, a reestruturação organizacional e a realização de um concurso público para suprir a demanda de pessoal. A presidente do Cetec, Magdala Alencar Teixeira, disse que a situação é crítica e que deve ser feita uma reflexão sobre a responsabilidade dos institutos frente a sociedade, como forma de vencer as desigualdades sociais. Ela informou que o quadro de funcionários do Cetec foi bastante reduzido e, a continuar assim, a Fundação se tornará inviável. Magdala definiu como um dos desafios a condição para que haja ação integrada entre os institutos de pesquisa e ensino, as empresas privadas e os agentes econômicos.

O diretor da Escola de Governo da FJP, Ricardo Carneiro, reforçou a necessidade urgente de realização de um concurso público para renovação do quadro funcional, bem como a implementação de um plano de carreira para os trabalhadores. "Não temos que perguntar quanto custa para manter as instituições, mas sim, perguntar quanto custa não mantê-las", comentou. O representante da Secretaria Municipal de Direitos da Cidadania, Fernando Alves, disse que as condições de cidadania estão diretamente vinculadas ao tratamento dado à ciência. Segundo Fernando, a ciência e a tecnologia representam uma avenida para o desenvolvimento, enquanto as pesquisas seriam os veículos de passagem. "Defender as instituições é defender o povo", concluiu.

O diretor de Administração e Finanças da Epamig, Marcelo Franco, salientou a necessidade de uma política permanente de formação de recursos humanos. Segundo ele, a Epamig ainda não saiu da crise deflagrada em 1986 pelo afastamento da Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa) e pela política estadual implementada à época. Marcelo Franco disse que os problemas são administrativos, de ordem trabalhista, tributária e previdenciária, como o pagamento de dívidas com o imposto de renda e o pagamento a ex-empregados.

Secretaria diz que haverá concurso em 2002

O assessor especial da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Antônio Orlando Macedo Ferreira, disse que o setor é considerado prioritário mas, no momento, o Governo não possui condições de realizar maiores investimentos para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Antônio falou das dificuldades causadas pela restrição orçamentária e disse que, neste ano, o déficit foi de R$ 1 bilhão. O assessor informou que está prevista para 2002 a implementação de um plano de carreira e a realização de um concurso público. O assessor-chefe da Secretaria de Estado da Fazenda, Cláudio Gontijo, disse que o crescimento da dívida pública causado pela política de juros, o envelhecimento do corpo técnico das instituições e a qualificação de pessoal são alguns dos problemas enfrentados pelas empresas.

Mesa - Compuseram a mesa o assessor-chefe da Secretaria de Estado da Fazenda e membro da Comissão de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Cláudio Gontijo; o diretor de Administração e Finanças da Epamig, Marcelo Franco; o diretor da Escola de Governo da FJP, Ricardo Carneiro; o superintendente-geral da Funed, Tarcísio de Campos Ribeiro; a presidente do Cetec, Magdala Alencar Teixeira; o representante da Secretaria Municipal de Direitos da Cidadania, Fernando Alves; o assessor especial da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Antônio Orlando Macedo Ferreira; e os deputados Wanderley Ávila (PPS), 2º-secretário da Assembléia; Paulo Piau (PFL) e Dalmo Ribeiro Silva (PPB).

 

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