Comissão discute isenção do ISS em eventos esportivos

A reivindicação dos clubes de futebol, de isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) cobrado pela Prefeitura de Belo Hor...

11/12/2001 - 17:56
 

Comissão discute isenção do ISS em eventos esportivos

A reivindicação dos clubes de futebol, de isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) cobrado pela Prefeitura de Belo Horizonte sobre as partidas realizadas nos estádios da Capital, dificilmente será atendida, segundo a gerente de Tributos Imobiliários da PBH, Sandra Maria Balbino Marçal. Segundo ela, a isenção contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige compensação nesses casos e obrigaria o município a aumentar outros impostos. Sandra Balbino disse que o ISS representa 40% da receita da Prefeitura. Ela e representantes de clubes de futebol participaram, nesta quarta-feira (31/10/2001), de reunião da Comissão Especial do Esporte, criada para proceder estudos sobre a formação de uma política para o desenvolvimento do esporte em Minas Gerais.

A gerente de Tributos Imobiliários da PBH, Sandra Marçal, lembrou, ainda, que a Prefeitura já colabora com o esporte e, com os clubes especificamente, com a cobrança de 20% do IPTU para instituições esportivas que incentivam mais de cinco modalidades. O argumento de que a isenção traria desequilíbrio financeiro foi contestado pelo relator da Comissão, deputado Ivair Nogueira (PMDB). Segundo ele, o município de Betim extinguiu o imposto e não sofreu abalos na receita.

O superintendente do América Futebol Clube, Alexandre Faria, defendeu o entendimento e sugeriu uma parceria entre os clubes e a Prefeitura. "Os clubes são entidades sem fins lucrativos e, por isso, poderiam ser revistos alguns pontos da tributação", argumentou. Ele sugeriu que fossem feitas permutas, com os clubes oferecendo espaços físicos ou divulgando programas sociais da Prefeitura. A isenção da taxa do ISS também foi defendida pelo diretor jurídico do Cruzeiro, Ary da Frota Cruz. Para ele, o imposto onera os clubes e diminui a arrecadação. "Oferecemos um bem social para a população e acho que poderíamos contar com a colaboração da Prefeitura. Se não é viável a extinção do tributo, que ele seja pelo menos reduzido", sugeriu.

O deputado Geraldo Rezende (PMDB) afirmou que não há uma análise sobre os benefícios sociais que as partidas de futebol trazem para a sociedade e declarou que é contra o uso indiscriminado do Mineirão. "Apresentei um projeto de lei que proíbe a utilização do estádio para eventos que não são ligados ao esporte. Os shows e eventos religiosos possuem lugares mais adequados para serem realizados", declarou o deputado, que defendeu a aplicação dos recursos arrecadados com o ISS no esporte. O presidente da Comissão, deputado Bené Guedes (PDT), sugeriu uma busca de alternativas que satisfaça a Prefeitura e os clubes.

REQUERIMENTOS APROVADOS

Foram aprovados dois requerimentos. O primeiro, do deputado Bené Guedes, convida para participar da reunião as Federações Mineiras de Futsal, Tênis, Ciclismo, Atletismo, Hipismo, Tae-Ken-Do, Automobilismo, Handebol, Volei, Box, Basquete, Ginástica e a Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais. O segundo requerimento, do deputado Ivair Nogueira, convida o secretário de Estado da Educação, Murílio Hingel, para discutir assuntos de interesse do esporte e da educação em Minas Gerais.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Bené Guedes (PDT), presidente; Ivair Nogueira (PMDB), relator; Geraldo Rezende (PMDB) e a deputada Maria Olívia (PSDB), vice-presidente da Comissão.

 

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