Assembléia promulga Emenda Constitucional 50

"Nós estamos resgatando o patrimônio público mineiro." Com essas palavras, o presidente da Assembléia, deputado Antôn...

11/12/2001 - 17:56
 

Assembléia promulga Emenda Constitucional 50

"Nós estamos resgatando o patrimônio público mineiro." Com essas palavras, o presidente da Assembléia, deputado Antônio Júlio (PMDB), comemorou a promulgação, pela Mesa do Poder Legislativo, da Emenda Constitucional nº 50, que estabelece critérios para a alienação de ações de empresas controladas pelo Estado e torna mais difícil a privatização da Cemig e da Copasa. A solenidade de promulgação, nesta segunda-feira (29/10/2001), no Plenário da Assembléia, contou com a presença do governador Itamar Franco, de secretários de Estado, deputados federais, estaduais e dirigentes de órgãos e empresas estatais.

A Emenda 50 determina que a instituição, cisão ou extinção de sociedades de economia mista e de empresas públicas, bem como a alienação de ações e qualquer alteração na estrutura societária dessas empresas, em Minas Gerais, vai depender de autorização específica da Assembléia, com aprovação de lei pelo voto de no mínimo 48 deputados. No caso da Cemig e da Copasa, a mudança dependerá também de consulta à população, por meio de um referendo popular.

Em pronunciamento emocionado, o presidente Antônio Júlio disse que, com a aprovação da Emenda Constitucional, Minas deu "um grito de liberdade". "As privatizações, até hoje, deram em nada, só trouxeram prejuízos. Aqui, não vai haver mais privatizações. Não aceitamos que o capital internacional venha tomar nossas riquezas. Estamos mostrando ao povo brasileiro que Minas Gerais tem governo", afirmou, elogiando a luta do governador Itamar Franco contra a privatização de Furnas e prevendo dificuldades para a aprovação de projeto dispondo sobre a desverticalização da Cemig, conforme determinação do Governo Federal.

O governador Itamar Franco disse que a Emenda 50, fruto de projeto de sua autoria, "impede agressões aos mineiros e à história de Minas" e significa o resgate de um compromisso de campanha. Ele elogiou a aprovação da Emenda pela Assembléia, aperfeiçoando o projeto original com a anexação de projeto do deputado Fábio Avelar (PTB) e substitutivo do deputado Rogério Correia (PT). "A Assembléia de Minas está atinada com os ideais mineiros", afirmou, avaliando que a Cemig e a Copasa, patrimônio do Estado, estavam ameaçadas. "Aqui é o Estado da liberdade; e é sob essa liberdade que construímos o nosso futuro e o futuro de nossos filhos", concluiu.

Também participaram da solenidade e compuseram a mesa o ex-vice-presidente da República Aureliano Chaves; o procurador geral de Justiça, Nedens Ulisses Vieira; a procuradora geral do Estado, Carmen Lúcia; os presidentes da Cemig e da Copasa, Djalma Morais e Marcelo Siqueira; os presidentes do Sindieletro e do Sindágua, Marcelo Correia e Sólon Pereira; o presidente da CUT-Paraná, Florisvaldo Raimundo de Souza; e os deputados federais Hélio Costa (PMDB), Sérgio Miranda (PCdoB) e Virgílio Guimarães (PT).

TEOR DA EMENDA 50

A Emenda 50 resulta da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 50, de autoria do próprio governador, encaminhada à Assembléia em março deste ano e aprovada em 2º turno no último dia 17 de outubro, em Plenário, por decisão unânime dos 51 deputados presentes à reunião. Ao longo de sua tramitação, a proposta recebeu emendas, sendo incorporada alteração sugerida pelo deputado Rogério Correia (PT), que foi o relator da matéria na Comissão Especial que a analisou. Segundo essa alteração, aprovada na Comissão e ratificada pelo Plenário, deverá ser de 3/5 dos membros da Assembléia Legislativa (48 parlamentares) o número de votos favoráveis para aprovação da lei que autorizar a cisão de sociedade de economia mista e de empresa pública, a alienação de ações que garantam o controle direto ou indireto dessas entidades pelo Estado ou alteração em sua estrutura societária. Originalmente, a PEC estipulava que a lei específica deveria ser aprovada por maioria absoluta dos membros da Assembléia (39 deputados).

O texto aprovado prevê, ainda, a exigência de que o adquirente, em caso de desestatização de empresa prestadora de serviço público, mantenha um serviço de qualidade sem perder de vista os objetivos sociais inspiradores da constituição da entidade. Pelo texto aprovado, o nome das empresas (Cemig e Copasa) é substituído pela citação dos serviços públicos que desempenham - geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e prestação de serviço de saneamento básico.

 

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