Deputados e convidados discutem recuperação da BR-459

A Comissão Especial do Programa de Concessão de Rodovias discutiu, nesta quinta-feira (25/10/2001), com convidados, a...

11/12/2001 - 17:56
 

Deputados e convidados discutem recuperação da BR-459

A Comissão Especial do Programa de Concessão de Rodovias discutiu, nesta quinta-feira (25/10/2001), com convidados, a recuperação da BR-459, que liga os principais municípios do Sul de Minas e estes à Rodovia Fernão Dias. A necessidade de investimentos por parte do governo federal foi colocada como a primeira medida para a efetivação do processo de recuperação da rodovia. A concessão de estradas, com a transferência momentânea de responsabilidade à iniciativa privada, também foi um assunto debatido na reunião.

Segundo o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PPB), presidente da Comissão, a região afetada pelas más condições da rodovia é um eixo industrial, socioeconômico e político. "Não estamos encontrando ressonância do governo federal; por várias vezes pedi providências e não obtive resposta", afirmou. O deputado disse que muitas vidas foram perdidas, diversos trechos interrompidos e várias ações civis públicas já foram movidas. "A liberação de recursos é um dever cívico", concluiu.

CONCESSÃO DE RODOVIAS

O diretor do Sindicato das Indústrias da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot/MG), Leonel Barras, informou que a desestatização é diferente da privatização de rodovias, uma vez que se trata de transferência momentânea de responsabilidade. "É um contrato de prestação de serviços, e a propriedade continua sendo do Estado", declarou. De acordo com o diretor, a indisponibilidade financeira do Estado gera a necessidade de concessão. Esta, porém, só poderia ocorrer depois que se promovessem melhorias nas condições da BR-459, por meio de investimentos do governo federal. Do contrário, a empresa que fosse assumir o controle teria que investir grande quantidade de capital. Esse alto investimento teria reflexo direto no pedágio, tornando-o demasiadamente alto. "As tarifas devem ser acessíveis ao povo", comentou. De acordo com Leonel, na última pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a BR-459 obteve a 69ª colocação - a segunda pior qualificação entre as 70 rodovias analisadas.

O presidente da Consol Engenheiros Consultores, Maurício de Lana, disse que a situação em que se encontra a rodovia já foi relatada ao poder público há mais de 10 anos. Ele informou que, no trecho entre Poços de Caldas e Itajubá, ainda em 1994, mais de um terço da estrada (39%) já necessitava de reconstrução e todo o trecho restante demandava reforço na pavimentação. No trecho entre Pouso Alegre e Itajubá, também em 1994, cerca de 67% da extensão necessitava de reconstrução do pavimento.

Pagamento pelo serviço - Maurício de Lana disse que a falta de controle do peso dos transportes de carga reduz em 50% a vida útil da estrada e que a BR-459 deveria ser considerada prioridade. Para o presidente da Consol, uma das dificuldades da concessão é a quebra de paradigma que ela representa, pois o povo passaria a pagar por um serviço a que já tem direito assegurado. "Seria preciso recuperar as estradas de 10 em 10 anos. O sistema rodoviário vive na idade da pedra", concluiu.

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros (Fetran), Waldemar Araújo, disse que não há no País obras efetivas para melhoria das rodovias. Segundo ele, seriam necessários R$ 10 bilhões para a recuperação das estradas, além de R$ 1 bilhão para conservação das mesmas. Waldemar também apontou a concessão como alternativa viável, dizendo que ela traria benefícios aos usuários. Ele apresentou dados segundo os quais, no ano passado, aconteceram 360 acidentes, com 238 feridos e nove mortos.

No próximo dia 6 de novembro, a Comissão se reunirá para receber representantes do Ministério dos Transportes, do DNER e do DER/MG.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PPB), presidente da Comissão, Arlen Santiago (PTB) e Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB). Também compuseram a Mesa vereadores dos municípios de Ouro Fino e Itajubá.

 

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