Energia eólica é debatida em Fórum Técnico
O terceiro tema debatido no Fórum Técnico
"Alternativas Energéticas", nesta quinta-feira (18/10/2001), foi
"Energia eólica - aplicação em pequena e grande escala". O
coordenador do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG, Selênio
Rocha Silva, conceituou energia eólica como "energia cinética
contida na massa de ar em movimento devido ao efetivo térmico
solar". Ele destacou o fato de a produção ser ambientalmente limpa,
e também o potencial de crescimento da produção de energia eólica,
hoje ainda muito pequena.
Selênio Rocha Silva falou também da importância da
variação do vento na produção de energia eólica. "Variações
sazonais, climáticas e da topografia do terreno funcionam como
obstáculo à passagem do vento, podendo ele ser aproveitado ou não",
afirmou. De acordo com Selênio Silva, pensar em energia eólica é
pensar no local apropriado para se montar as torres.
Outro benefício lembrado por ele foi a relação
entre a produção de energia e a geração de empregos. "A produção de
energia eólica é uma indústria que vem crescendo a cada dia,
possibilitando a geração de empregos", disse.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), que foi o
coordenador do debate, falou do Projeto de Lei 1.558/2001, de sua
autoria, que institui o programa mineiro de incentivo à instalação
de centrais eólicas. Segundo o deputado, o projeto tem a finalidade
de instituir um programa voltado para a produção de eletricidade a
partir da energia eólica. "A sua implantação no Estado, começando
pelos municípios, com os produtores rurais, pequenas e
microempresas, além de outros setores, será capaz de desenvolver a
economia de Minas Gerais", afirmou.
"Apesar da energia eólica responder por apenas
0,03% da produção total de eletricidade, ela é a fonte de
alternativa com maior taxa de crescimento", afirmou o diretor do
Sindicato dos Engenheiros do Estado de Minas Gerais (Senge),
Alexandre Heringer Lisboa, outro expositor do tema. Segundo ele,
desde 1996 a produção de energia eólica apresenta um crescimento de
28,5% ao ano.
Alexandre Heringer Lisboa fez um histórico sobre a
evolução da energia eólica no mundo e afirmou que, atualmente, a
Alemanha responde por 37% de toda a capacidade instalada, seguida
dos Estados Unidos, Espanha e Dinamarca. O engenheiro disse que a
pesquisa desse tipo de energia é altamente complexa, tendo preço
variável. "A instalação de máquinas perto do mar tem um custo mais
elevado, porém a vida útil delas é maior, pois trabalham com muito
vento, e este é constante", relatou.
Segundo ele, a energia eólica no Brasil é produzida
em pequena escala, principalmente em áreas rurais. O Estado do Ceará
possui a maior capacidade instalada, sendo responsável por 16,2
megawatts dos 20 megawatts gerados no País. "Até 2003 a previsão é
que sejam produzidos mais de 60 megawatts de energia eólica",
afirmou. Para Alexandre Lisboa, o nordeste do País, pelo alto
potencial de vento, tem a melhor condição para produzir esse tipo de
energia, o que se contrapõe ao escasso recurso hidráulico da
região.
Sob o ponto de vista comercial, o expositor disse
que o mercado é bastante promissor devido à demanda reprimida.
Segundo ele, as tendências indicam um futuro promissor para esse
tipo de energia, pois "a taxa de crescimento da energia eólica será
mantida, as máquinas eólicas irão aumentar a capacidade produtiva e
o custo de instalação tende a cair".
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