Despesa com pessoal e adaptação à LRF são tema de reunião

Os gastos com pessoal, o comprometimento da folha com os inativos e a adaptação do Estado à Lei de Responsabilidade F...

11/12/2001 - 17:57
 

Despesa com pessoal e adaptação à LRF são tema de reunião

Os gastos com pessoal, o comprometimento da folha com os inativos e a adaptação do Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) foram os temas abordados, nesta terça-feira (9/10/2001), em audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A contadora-geral do Estado, Maria da Conceição Barros Resende, informou que, nos últimos 12 meses, o governo transferiu 60,52% do que arrecadou com tributos para pagar a folha de pessoal, que inclui funcionários da ativa, aposentados e pensionistas. A LRF permite que sejam gastos até 49% com pessoal. O objetivo da reunião era obter, do Executivo, a demonstração e a avaliação do cumprimento das metas fiscais do 2º quadrimestre de 2001, conforme a lei.

De acordo com o secretário-adjunto de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, Paulo Roberto Araújo, a questão dos funcionários públicos inativos não se restringe a Minas Gerais, mas abrange todos os Estados da Federação. "O problema vem se agravando ao longo do tempo. Precisamos discutir objetivamente a situação, pois ela acarreta entraves do ponto de vista social e compromete as receitas dos Estados", declarou Araújo. Segundo ele, os inativos equivalem a 40% dos gastos com pessoal, significando, a cada mês, um comprometimento de R$ 200 milhões.

Proposta - Para solucionar o problema, o secretário-adjunto sugeriu a criação de um fundo nacional, por meio do qual a União ajudaria os Estados a pagarem os aposentados. "Creio que, se fosse criado um fundo nacional de complementação de pagamento aos inativos, os Estados ficariam menos sobrecarregados. Creio que a União poderia contribuir", afirmou Araújo. Segundo ele, a LRF chegou para ficar e isso exige do Estado um ajuste das receitas e da sua distribuição. "Devemos renegociar o estoque da dívida pública, criar o fundo nacional de previdência para os funcionários inativos e adaptar os recursos de que dispomos", declarou Araújo, que apontou os números ideais para os gastos do governo. "Estaremos satisfeitos se gastarmos 50% da receita com o pessoal, 25% em investimentos sociais, 15% em custeio e 10% para pagamento da dívida pública", afirmou.

O deputado Mauro Lobo (PSB), presidente da Comissão, declarou que o governo do Estado está sendo displicente em relação aos funcionários inativos. Para ele, novas pessoas são contratadas por meio de concursos, e o Executivo não interfere no assunto, adiando-o para as próximas administrações. "Preocupa-me a inércia do governo, que deveria apresentar propostas objetivando solucionar o problema. Com a chegada de novos funcionários, o Estado irá manter a dificuldade por um prazo indeterminado", opinou o deputado, para quem os responsáveis pela questão precisam agir com mais ênfase. "Deve-se enfrentar a situação para que o processo seja modificado. Não podemos mais deixar que o orçamento do Estado fique prejudicado", declarou.

ICMS É RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DA RECEITA ESTADUAL

O secretário-adjunto de Estado da Fazenda, Flávio Riani, destacou que, apesar da crise energética brasileira, Minas Gerais está conseguindo apresentar superávit em relação às receitas estaduais. "O Estado tem feito um trabalho de aprimoramento fiscal. O ICMS é o responsável pelo aumento da receita, com um crescimento real de 9% em relação ao ano passado, até agosto de 2001", declarou.

Dívida - Para Riani, vários problemas financeiros pelos quais passa o Estado são oriundos de administrações passadas. "Arcamos com alguns compromissos assumidos em gestões anteriores. As dívidas precisam ser pagas, pois o governo federal nos obriga a fazê-lo, sob pena de não nos repassar verbas", afirmou Flávio Riani. Ele apontou o pagamento de juros como um dos agravantes no que diz respeito ao comprometimento da receita estadual. "Cerca de 35% dos nossos recursos são destinados ao pagamento de juros e encargos de dívida pública. A situação não é confortável para o orçamento do Estado", declarou Riani, que apresentou números. "Atualmente, os 35% correspondem a R$ 130 milhões".

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), presidente da Comissão; Luiz Fernando Faria (PPB); Rogério Correia (PT); e Hely Tarqüinio (PSDB), além dos convidados.

 

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