"O BDMG é o mais poderoso instrumento de produção de
riquezas e geração de recursos." Assim o presidente do Banco de
Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, Murilo Badaró, definiu a
importância da instituição na reunião da Comissão Especial do BDMG desta
terça-feira (25/9/2001). A Comissão Especial foi formada para, no prazo de
60 dias, proceder a estudos sobre o processo histórico de capitalização e
a situação financeiro-orçamentária atual do BDMG.
O ex-deputado estadual e ex-senador prestou
esclarecimentos sobre a vida e a atuação do BDMG, fazendo um relato
histórico, "que justifica a existência do banco", segundo ele. Empresa
pública criada em 1962, no governo Magalhães Pinto (UDN), "o BDMG adquiriu
personalidade no governo Israel Pinheiro", para Murilo Badaró. De acordo
com o presidente, o BDMG, em seus 38 anos de existência, aprovou
aproximadamente R$ 31,7 bilhões, o equivalente a U$$ 16 bilhões, e liberou
R$ 22,4 bilhões, o que viabilizou investimentos totais de cerca de R$ 57
bilhões. Foram criados, ainda segundo ele, 396.317 postos de trabalho no
Estado. No governo Itamar Franco (PMDB), o presidente disse que foram
liberados cerca de R$ 1, 7 bilhão e 30.518 empregos foram criados.
Micro-empresas - O objetivo
geral de promover e financiar o desenvolvimento econômico e social de
Minas foi apresentado pelo gerente da Área de Planejamento e Estudos
Econômicos, Tadeu Barreto. De acordo com o gerente, o BDMG, que viveu, na
década de 80, um período de grandes dificuldades financeiras, tem atuação
cada vez mais significativa em empreendimentos em micro, pequenas e médias
empresas de base tecnológica. O Banco ainda atua nos setores agropecuário,
industrial, terciário e nas áreas de desenvolvimento municipal,
considerada estratégica, já que "tendem a crescer".
Credireal - Tadeu Barreto
apresentou o total de recursos de capitalização do BDMG, de cerca de R$
914,6 bilhões, e o patrimônio líquido do banco, de R$ 129 mil. Ele disse
que a diferença entre os valores deve-se à conjuntura macroeconômica muito
instável e às perdas patrimoniais do banco, com o prejuízo obtido com
programas, como aquele relativo ao processo de privatização do Credireal e
ao Prodecer, que beneficiou o Norte do Estado.
Na reunião, o deputado Durval Ângelo (PT), relator da
Comissão, apresentou requerimento que solicita informações ao presidente
do BDMG, com quesitos relativos às empresas inadimplentes com o Banco e
aos contratos.
PRESENÇAS - Participaram da
reunião os deputados Rêmolo Aloise (PFL), presidente da Comissão, Luiz
Fernando Faria (PPB), vice-presidente, Durval Ângelo (PT), relator, Ivair
Nogueira (PMDB), Irani Barbosa (PSD), Eduardo Brandão (PMDB) e Agostinho
Silveira (PL), além dos representantes do BDMG: presidente, Murilo Badaró;
diretor da Área de Operações 1, Ricardo Ribeiro Tunes; diretor da Área de
Operações 3, José Lana Raposo; gerente e economista da Área de
Planejamento e Estudos Econômicos, Tadeu Barreto e Marilena Chaves,
respectivamente; e secretário de Relações Institucionais, Júlio
Onofre.