A parceria entre Incra, Iter e Cemig está viabilizando os
trabalhos de assentamento no Estado. Representantes desses três órgãos
falaram à Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, nesta
quarta-feira (19/9/2001), sobre os recentes planos de ação para as
atividades de eletrificação rural e de construção de estradas que ligam
povoações próximas.
O superintendente regional do Incra em Minas Gerais, Eloy
Alves Filho, disse que a escassez de recursos só pode ser superada através
de apoio e parcerias. Segundo ele, dos R$ 27 milhões em recursos oriundos
do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) para obtenção de
terras para assentamento neste ano, R$ 10,4 milhões já foram aplicados e
cerca de R$ 10 milhões já estão encaminhados. De acordo com Eloy, existe a
expectativa de liberação de um crédito fundiário da ordem de R$ 75
milhões, pelo Banco Mundial.
"Os assentamentos pela reforma agrária já beneficiaram
cerca de 50 mil pessoas", afirmou Eloy. Ele informou que a capacidade
operacional do Incra permite o assentamento de 2 mil famílias por ano. O
superintendente questionou a exigência de licença ambiental para os
assentamentos do Incra. "Para os assentamentos do Estado e do Banco da
Terra não há essa exigência", reclamou.
CONDIÇÕES
Eloy Alves Filho disse que a área necessária ao sustento
da família varia de acordo com a região. "A área deve conter, no mínimo,
quatro hectares agricultáveis. No Triângulo Mineiro, é necessária uma área
de 10 a 15 hectares, enquanto no Norte do Estado, aumenta para 100
hectares", informou. Os assentados recebem um crédito inicial de R$
1.400,00 e mais R$ 2.400,00 para aquisição de materiais de construção e R$
2 mil para infra-estrutura (água, estrada, energia). Para viabilizar a
construção de estradas, seriam necessários cerca de R$ 4,5 milhões e para
o atendimento mínimo ao consumo humano de água, seriam necessários mais R$
7,4 milhões. De acordo com Eloy, a receita para infra-estrutura não
acompanhou o aumento dos assentamentos.
O assistente da Superintendência de Coordenação,
Planejamento e Expansão da Cemig, Paulo Roberto Pinto, informou que a
empresa irá contribuir com R$ 1.300,00 por família assentada. O
superintendente do Iter, Marcelo Resende de Souza, disse que a competência
para a reforma agrária é federal, mas que ainda assim o Governo do Estado
vem contribuindo de todas as formas possíveis. "Desenvolvemos o programa
de seguridade alimentar, um crédito de fomento, um programa de
eletrificação e até um mutirão para efetivação dos assentamentos",
informou. Segundo Marcelo, também foi conseguido um patrocínio da Loteria
Mineira de R$ 3 milhões para levar água para as terras de assentamento,
com parceria da Copasa e do Igam. O Iter ainda possui uma linha de crédito
para instalação de agroindústrias. Marcelo também informou que há um
projeto a ser aprovado pelo Senado que libera R$ 70 milhões em recursos
para os assentamentos no Estado.
Foi aprovado requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva
(PSD) solicitando a realização de reunião conjunta da Comissão de
Transporte com a Comissão Especial do Programa de Concessão de Rodovias
para debater, em audiência pública, a recuperação da BR 459.
PRESENÇAS
Compareceram à reunião os deputados Arlen Santiago (PTB),
José Henrique (PMDB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSD). Também participaram da
reunião o presidente da Câmara Municipal de Várzea da Palma, Márcio
Saguinett, e o representante da Associação de Assentamentos do mesmo
município.