Uma proposta para mudar a lei do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi apresentada pelo prefeito de Ibirité,
Antônio Pinheiro Júnior (PSD), na reunião da Comissão Especial da "Lei
Robin Hood" desta terça-feira (18/9/2001). O prefeito considerou injusta a
distribuição dos recursos do ICMS, que, segundo ele, beneficia os
municípios ricos de Minas Gerais. A Comissão Especial foi formada para, no
prazo de 60 dias, proceder a estudos sobre a legislação relativa ao rateio
da parcela da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios.
Antônio Pinheiro Júnior comparou os recursos do ICMS e do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) repassados a Ibirité, com
132.843 habitantes, aos repassados a Betim, com 303.588 habitantes, em
maio de 2000. De acordo com o prefeito, Betim, a cidade mais rica da
Região Metropolitana do Belo Horizonte, recebeu R$ 14.101.551,97, enquanto
Ibirité recebeu R$ 1.076.800,96. O deputado Dinis Pinheiro (PL) criticou a
isenção de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) em Betim, a
contemplação do município com o "ICMS Ecológico" e o gasto da prefeitura
daquela cidade de R$ 600 mil com publicidade.
Atualmente, de cada R$ 1 milhão de ICMS arrecadado em
Minas Gerais, R$ 750 mil são repassados ao Estado e R$ 250 mil aos
municípios, que distribuem, desse valor, 79,6% pelo Valor Adicionado
Fiscal (VAF), e 20,4% pelo Critério Social. São contempladas pelo VAF as
cidades que têm indústria, comércio e Produto Interno Bruto (PIB) alto.
Dos 20,4% distribuídos pelo Critério Social, 4,7% são definidos pela
população, cota mínima, saúde, educação etc..
Para o prefeito de Ibirité, considerando a receita de
ICMS e FPM per capita, nenhum município pobre é beneficiado. Ele propôs a
redução do percentual distribuído pelo VAF para 75%, que, de acordo com o
prefeito, é o mínimo exigido pela Constituição Federal, e o aumento do
percentual distribuído de acordo com o Critério Social para 25%. Desse
último, 12,5% seriam distribuídos aos municípios com a média de
arrecadação menor do que a do Estado e o outro percentual de igual valor
aos municípios mais pobres de Minas, considerando a receita per
capita.
O deputado Arlen Santiago (PTB) disse que cerca de 10
municípios do Estado têm "arrecadação muito boa, 200 têm razoável e, em
600, a arrecadação é muito ruim". De acordo com o parlamentar, 90% do
recursos do VAF são repassados a somente 25 cidades mineiras. O deputado
Alberto Bejani (PFL), presidente da Comissão, convidou todos os prefeitos
municipais para discutirem o assunto, no dia 1º de outubro, no Plenário da
Assembléia.
PRESENÇAS
Participaram da reunião os deputados Alberto Bejani
(PFL), presidente da Comissão, Dinis Pinheiro (PL) e Arlen Santiago (PTB)
e o prefeito de Ibirité, Antônio Pinheiro Júnior.