Comissão discute ação na Justiça contra Uemg e Unimontes

Motivação política foi a explicação dada por representantes da Uemg (Universidade do Estado de Minas Gerais) e da Uni...

11/09/2001 - 18:51

 


Comissão discute ação na Justiça contra Uemg e Unimontes

 

Motivação política foi a explicação dada por representantes da Uemg (Universidade do Estado de Minas Gerais) e da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros) para justificar a iniciativa do Ministério da Educação e Cultura de impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, por meio da Procuradoria-Geral da República, contra as universidades estaduais de Minas. Esse foi o assunto debatido, nesta terça-feira (11/9/2001), em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia.

Maria Denise Nunes de Oliveira, professora da Unimontes, lembrou que nenhum setor da universidade deixou de funcionar devido a esse episódio, classificando-o como um equívoco. "Tudo isso causou a indignação da sociedade universitária", disse. Ela representou o reitor da Unimontes, José Geraldo de Freitas Drumond. O reitor da Uemg, José Antônio dos Reis, também classificou a ação como uma perseguição do governo federal ao Estado. "A situação arranhou a nossa imagem e isso não tem preço", concluiu.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade, impetrada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), questiona a legalidade da vinculação do ensino superior ao sistema estadual de educação, ou seja, os artigos 81 e 82 dos Atos das Disposições Transitórias da Constituição Estadual, que criaram a Uemg e a Unimontes. O secretário de Estado da Educação, Murílio Avellar Hingel, disse que, embora as duas instituições tenham sido prejudicadas, a polêmica provocou a discussão do ensino pela sociedade mineira. "Apesar do prejuízo, a discussão é muito positiva", afirmou. Ele lembrou, ainda, que a Ação Direta de Inconstitucionalidade não atinge somente duas instituições e sim 34 - o número de entidades privadas de ensino superior em Minas que continuam vinculadas ao sistema estadual de ensino, conforme prevê a Constituição do Estado.

Agressão - O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD), autor do requerimento que solicitou a audiência pública, disse que Minas foi mais uma vez "agredida" pelo governo federal. "A ação é descabida e absurda", afirmou. Segundo ele, a Unimontes e a Uemg desempenham funções estratégicas no desenvolvimento da região Norte de Minas e do País.

OUTROS ESTADOS VIVEM SITUAÇÃO SEMELHANTE

Adair Ribeiro, integrante da Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação, considerou a atitude do Ministério da Educação um ato mais político do que educacional. "Por que Minas Gerais, se há tantos outros Estados com situação semelhante?", questionou. Ribeiro informou existir um dispositivo legal que permite que as instituições privadas permaneçam ligadas ao sistema estadual de ensino. Segundo ele, a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), permite isso. Ele informou, ainda, que a Uemg e a Unimontes, juntas, têm cerca de 20 mil alunos.

Mensalidade - O presidente do Diretório Acadêmico da Uemg e diretor da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Anderson Paiva Rocha, lamentou as divergências entre o Estado e a União. "Com isso, alunos e pessoas ligadas às instituições estão sendo prejudicados", disse. Rocha também falou a respeito das mensalidades cobradas pela Uemg, algumas delas em torno de R$ 500,00. "É inadmissível pensar que universidades públicas cobrem esse valor", concluiu.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PFL), presidente da Comissão; Dalmo Ribeiro Silva (PSD), José Henrique (PMDB) e Mauro Lobo (PSDB), além de diversos convidados.

 

 

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