O processo de automação nas empresas do sistema
produtivo, financeiro e comercial do Estado foi abordado em reunião desta
terça-feira (11/9/2001) da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação
Social. O assunto é tema do Projeto de Lei (PL) 1.460/2001, do deputado
Pastor George (PL), que disciplina, por meio de escalonamento, esse
processo, determinando os percentuais máximos de demissões de funcionários
permitidas para automação ao longo dos anos. Os percentuais têm como
parâmetro o número de funcionários de cada empresa, no momento em que
vigorar a futura lei, não podendo ser ultrapassado, sob pena de multa de
10 mil Ufirs, sendo cobrada em dobro a cada reincidência. O projeto também
determina a regulamentação da futura lei em 90 dias e sua entrada em vigor
no ano subseqüente à sua aprovação.
O assessor jurídico da Câmara dos Dirigentes Lojistas de
Minas Gerais (CDL), Roberto Horta, único dos convidados a comparecer à
reunião, afirmou que a automação gera desemprego, mas também abre novas
frentes de trabalho. Horta representou o presidente da entidade, Milton
Reis. Segundo o convidado, a CDL, após ser 100% automatizada, triplicou o
número de funcionários. Roberto Horta afirmou, na reunião desta
terça-feira, que a matéria seria de competência da esfera federal,
solicitando, ainda, aos parlamentares prazo de 60 a 90 dias para fazer um
diagnóstico da situação da automação do Estado.
Nova reunião com convidados - O
assunto voltará a ser abordado em nova reunião da Comissão, tendo em vista
a aprovação de requerimento do deputado Pastor George nesse sentido. O
debate contará com a participação de representantes do Indi (Instituto de
Desenvolvimento Industrial), da Secretaria de Estado da Ciência e
Tecnologia, da BHtrans, das centrais sindicais, de especialistas da UFMG e
de instituições e empresas como BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas
Gerais) e Fiat Automóveis.
O autor do PL 1.460/2001, deputado Pastor George (PL),
esclareceu que o projeto não fere princípios constitucionais, pois apenas
disciplina a implantação do sistema de automação em Minas. O deputado
acredita ser inevitável a implantação e absorção de novas tecnologias, mas
teme que o processo possa causar "desemprego feroz com demissões em
massa". O deputado Doutor Viana (PMDB) considera a questão preocupante.
Segundo ele, trata-se de uma realidade cruel. "A automação pode beneficiar
e até aumentar o emprego em certas áreas, mas a robotização da indústria
pode contribuir para o aumento do desemprego", analisou.
AFASTAMENTOS E REVOGAÇÃO DE APOSENTADORIAS EM DEBATE
A Comissão aprovou, ainda, os seguintes
requerimentos:
* Do deputado Doutor Viana (PMDB), solicitando a
realização de reunião conjunta da Comissão do Trabalho, da Previdência e
da Ação Social com as Comissões de Administração Pública e de Educação,
Cultura, Ciência e Tecnologia. O objetivo é discutir o afastamento
preliminar de servidores e aposentadorias concedidas que estariam sendo
revogadas em prejuízo do servidor, devido, segundo o requerimento, à
morosidade da administração pública
* Do deputado Márcio Kangussu (PPS), solicitando a
realização de reunião para debater as razões do atraso no cadastramento de
crianças que estaria impedindo a implantação definitiva do Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) em Minas Gerais. Os convidados são
o secretário de Estado do Trabalho, Ação Social, da Criança e do
Adolescente; representantes do Ministério da Previdência e Assistência
Social e do Projeto Alvorada; o procurador de Justiça que coordena a área
da Infância e Adolescência do Ministério Público; e prefeitos
municipais
* Do deputado Rogério Correia (PT), solicitando a
realização de uma audiência pública para debater o Artigo 66º do Código
Brasileiro de Trânsito, que trata da exigência de CNH (Carteira Nacional
de Habilitação). Os convidados são representantes do Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Pesada, do Sindicato das Indústrias da
Construção Pesada, da Delegacia Regional do Trabalho, da Delegacia
Regional do Detran e do Ministério Público do Trabalho.
Presenças - Participaram da
reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSD), presidente; João Leite
(sem partido), Luiz Menezes (PPS), Pastor George (PL), Doutor Viana (PMDB)
e Roberto Horta, assessor jurídico da Câmara dos Dirigentes Lojistas de
BH.