Estudantes denunciam desmonte de programa do MEC

Os estudantes universitários que participam do Programa Especial de Treinamento (PET) da Secretaria de Ensino Superio...

16/05/2001 - 15:55

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Estudantes denunciam desmonte de programa do MEC

Os estudantes universitários que participam do Programa Especial de Treinamento (PET) da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação estiveram, nesta quarta-feira (16/05/2001), na Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia para denunciar o risco de extinção do programa e pedir o apoio dos parlamentares mineiros ao movimento de defesa do PET. Segundo a estudante Maria Teresa Diniz Carneiro, bolsista da UFMG, o governo federal promoveu uma série de mudanças no programa, descaracterizando-o completamente e confirmando o temor dos estudantes de sua extinção.

O PET tem como origem o sistema de bolsas implementado em 1954 na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Posteriormente, a idéia foi estendida às outras universidades através da proposta da Capes, que criou, em 1979, o Programa Especial de Treinamento. O seu objetivo é o de oferecer aos estudantes da graduação uma formação mais completa e global, através de atividades extracurriculares, e profissionais mais qualificados, com a melhoria da qualidade dos cursos de graduação.

O deputado Eduardo Brandão (PMDB), autor do requerimento que deu origem à reunião, frisou que, desde 1997, o programa vem sendo ameaçado, com os atrasos na liberação das verbas para o pagamento das bolsas e das gratificações dos professores que atuam como tutores no programa. No orçamento deste ano, o PET já sofreu um corte mais significativo, de R$ 15 milhões para R$ 8 milhões. O pagamento das gratificações dos professores, de R$ 721, foi suspenso desde o ano passado e a bolsa dos estudantes, no valor de R$ 241, está mantida, mas o número de estudantes beneficiados passou de 10 para três.

"Existe uma clara intenção do governo federal de extinguir o programa - afirmou Eduardo Brandão -, comprometendo a formação dos nossos futuros pesquisadores e cientistas". O deputado apresentou um requerimento, aprovado pela Comissão, sugerindo a elaboração de uma carta intitulada "Manifesto do Legislativo" em apoio ao movimento em defesa do PET, assinada pela Assembléia de Minas e encaminhada a todos os deputados federais e senadores mineiros, aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional e ao ministro da Educação.

A bolsista do PET, estudante da UFMG, Maria Tereza Diniz Carneiro, alertou para as conseqüências da desativação deste programa na formação dos cientistas brasileiros. "Vários pesquisadores reconhecidos nacionalmente tiveram como porta de entrada no meio acadêmico o PET. Podemos citar os nomes de Herbert de Souza (o Betinho), Paulo Haddad, ex-ministro da Fazenda, Maurício Borges Lemos, Cláudio Gontijo, o deputado Virgílio Guimarães e o atual presidente do Ipea, Roberto Martins, para ficarmos apenas nos ex-petianos da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.

O deputado Paulo Piau (PFL), presidente da Comissão, manifestou o seu apoio ao movimento dos estudantes em defesa do PET, afirmando que "essa é uma causa justa e que vai encontrar respaldo no Legislativo mineiro. Agora mesmo demonstramos isso, com a votação no Plenário" - afirmou Paulo Piau, fazendo referência à rejeição do veto do governador a projeto que vinha beneficiar a Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg). Ele continuou destacando que hoje o Brasil não tem mais do que 11% de universitários, enquanto na Argentina eles somam 24% da população. "Mas, só vamos obter vitórias com movimentos como estes, de mobilização dos estudantes"- concluiu Paulo Piau (PFL).

Participaram também da reunião o professor Aloísio Pimenta, ex-reitor da UEMG e os deputados José Henrique (PMDB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSD).

 

 

 

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