Comissão do Trabalho discute falência da Unisa
A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social realizou audiência pública, na manhã desta terça-feira (15/5/...
15/05/2001 - 18:21
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Comissão do Trabalho discute falência da Unisa A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social realizou audiência pública, na manhã desta terça-feira (15/5/2001), para discutir o processo de falência da União de Borracha S/A (Unisa), sediada no município de Contagem, com a presença de diversos ex-trabalhadores da empresa, advogados, representantes do sindicato da classe e representantes da massa falida. Autor do requerimento que deu origem à reunião, o deputado Rogério Correia (PT) falou sobre o problema que afeta 873 ex-trabalhadores pelo não recebimento de cerca de R$ 8 milhões, entre salários e direitos trabalhistas, desde 1995, ano do fechamento da empresa. Co-gestão - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Belo Horizonte (Sintibor), Paulo Antônio da Silva, também relatou o sofrimento dos ex-trabalhadores da Unisa ao longo dos últimos seis anos. "Já enfrentei policiais, fui preso e respondi a seis processos na justiça para enfrentar os empresários em defesa dos trabalhadores da Unisa", acentuou o sindicalista. Paulo Antônio deixou clara aos presentes a posição do sindicato, que se resume em duas premissas: encerrar o processo de concordata suspensiva em que se encontra atualmente a empresa, por determinação da Justiça, deixando-a ir a leilão para pagamento das dívidas trabalhistas; ou entregá-la aos trabalhadores, para administrá-la em regime de co-gestão. Ele revelou, ainda, que o sofrimento dos trabalhadores aumentou ainda mais quando tiveram conhecimento de que a Unisa já gastou mais de R$ 1 milhão para manutenção e preservação dos bens da empresa, além de pagar R$ 285 mil em honorários ao síndico da massa falida. Paulo Pacheco de Moura, gerente da continuidade da massa falida da Unisa, disse que a intenção sempre foi de recuperar a empresa e manter os empregos, e que a demora do processo é uma questão jurídico-processual. Marcos Godinho, técnico da Anteag (Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão e Participação Acionária), cobrou participação mais efetiva do poder público. "Esta questão extrapola o mero rito processual; deve-se olhar o lado humano e social. O ônus de uma situação como esta é da sociedade como um todo", completou. DEPUTADOS VISITARÃO JUIZ E EMPRESA O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD), presidente da comissão, declarou-se decepcionado. "Foram colocadas apenas questões evasivas; não houve nenhuma proposta concreta para a resolução do problema. É preciso respeito pelos trabalhadores." O deputado afirmou, ainda, que a comissão acompanhará de perto o processo. "Vamos visitar o juiz responsável pelo caso e até a empresa para conhecer, de perto, a realidade. Se necessário, criaremos uma CPI para apurar as responsabilidades. Vamos resgatar a dignidade e o direito destes trabalhadores", afirmou. O deputado Rogério Correia (PT) falou sobre a necessidade de apuração das denúncias, informando que cerca de 40 profissionais estariam trabalhando sem carteira assinada e em regime de semi-escravidão. A falência da empresa teria sido, ainda, decretada por uma dívida de apenas R$ 4,8 mil. "Temos muitos elementos para a instalação de uma CPI", comentou. Os ex-trabalhadores presentes à reunião receberam a solidariedade de diversas autoridades, como o secretário municipal do Trabalho, José Ramanieri, representante do prefeito de Contagem, Ademir Lucas; e de Ângela Mendes, assessora da vereadora Letícia Penha, também de Contagem. Já o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo, Francisco José de Oliveira, falou sobre a preocupação do governo de estar presente em questões relevantes, de interesse dos trabalhadores, fazendo gestões para que sejam solucionados a contento. Fala da empresa - O advogado da empresa, Carlos Antônio Goulart Leite Júnior, demonstrou sua preocupação com o sofrimento dos trabalhadores e, por conseqüência, dos diretores da massa falida. Assinalou que levará à direção da empresa as propostas dos trabalhadores originárias da reunião. FILAS EM SUPERMERCADOS Na outra fase da reunião, os deputados aprovaram, em 1º turno, parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 1.396/2001, do deputado Agostinho Silveira (PL), que dispõe sobre o atendimento prioritário nos caixas de supermercados e hipermercados às pessoas aposentadas; aos idosos com mais de 60 anos; aos portadores de deficiência; mulheres grávidas e lactantes e doentes graves. O relator, deputado Ailton Vilela (PSDB), apresentou duas emendas: a emenda nº 1 substitui a expressão "aposentados por tempo de serviço e invalidez" por "aposentados por invalidez", no inciso 1º do artigo 1º; e a emenda nº 2 altera a redação do artigo 3º (de "multa aos infratores equivalente a 500 Ufirs" por "multa equivalente a R$ 500,00 ao infrator, dobrada em cada reincidência). REQUERIMENTOS Foram aprovados, ainda, dois requerimentos do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD). O primeiro solicita a realização de audiência pública para discussão da eficácia da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a presença de convidados a serem definidos posteriormente. O segundo requerimento solicita a realização de audiência pública para discussão da correção dos proventos dos aposentados, com convidados a serem definidos também depois. Mesa - Compuseram a Mesa o presidente Dalmo Ribeiro Silva (PSD) e os deputados Luiz Menezes (PPS), Ailton Vilela (PSDB) e Rogério Correia (PT); o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Francisco José de Oliveira; o secretário-adjunto de Indústria e Comércio, Marcos Lamounier Bicalho; o presidente do Sintibor, Paulo Antônio da Silva; o representante da Prefeitura Municipal de Contagem José Rammielle; o representante da Câmara Municipal de Contagem, Ângela Mendes; o advogado da Unisa, Carlos Antônio Goulart Leite Júnior; o gerente da continuidade da massa falida, Hélio Ricardo Teixeira de Moura; o síndico da massa falida, Paulo Pacheco de Medeiros Neto; o consultor da empresa Luiz Aurélio Ribeiro e o técnico da Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão e Participação Acionária (Anteag), Marcos Godinho. Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31-32907715 |
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