"A transposição das águas do rio São Francisco irá possibilitar um melhor aproveitamento dos recursos hídricos para o Nordeste-setentrional". Quem afirmou foi o secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Rômulo de Macedo Vieira. Segundo ele, 70% da água disponível no Nordeste vêm do rio São Francisco. "A finalidade da transposição é melhorar as condições de uso da água, sendo que, para fazê-la, será retirada apenas 2% da água do rio", acrescentou.

Rômulo Macedo lembrou, também, que a redução da energia gerada pelo rio São Francisco será mínima e plenamente compensável com a transposição das águas. "A vantagem é que o projeto é basicamente de recursos hídricos, o que o diferencia de todos os outros grandes projetos de transposição do mundo", disse.

O deputado Clóvis Ferraz, do Estado da Bahia, que esteve representando o presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, Reinaldo Braga, falou de sua preocupação com as questões referentes aos recursos hídricos e naturais. O deputado criticou o presidente Fernando Henrique, que, segundo ele, nada cumpriu do compromisso assumido com a vida no rio São Francisco. "A transposição do ‘Velho Chico’, é um dever nosso", declarou.

Clóvis Ferraz lembrou que o rio São Francisco, formado há cerca de 100 milhões de anos, é a única bacia hidrográfica que nasce no cerrado e se dirige para o semi-árido nordestino. Ele disse, também, que o rio, chamado de "rio da unidade nacional", integra 464 cidades, 14 milhões de habitantes, além dos múltiplos usos de suas águas; e ainda apresenta um potencial de 800 mil hectares de terras irrigadas com viabilidade econômica, na sua própria bacia hidrográfica.

Outro ponto importante lembrado pelo deputado Clóvis Ferraz foi a ação predatória. Segundo ele, o rio perdeu grande parte do seu potencial em função dos desmatamentos, que causaram o assoreamento. "É preciso medidas de defesa, como a reposição das matas ciliares, o desassoreamento e a despoluição", acrescentou. Para finalizar seu discurso, o deputado defendeu o programa de transposição das águas do rio São Francisco, considerado, por ele, um programa polêmico. "Queremos um projeto sustentado em todas suas dimensões: política, social, econômica e financeira e ambiental", afirmou.

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