A Assembléia Legislativa lançou, nesta quinta-feira (26/4/2001), o Movimento "Minas em Defesa das Águas" que é uma campanha realizada em parceria com instituições públicas e entidades da sociedade civil. Dentre os objetivos do movimento, os principais são a luta pelo controle público dos recursos hídricos e energéticos e contra a privatização da hidrelétrica de Furnas. Na opinião do deputado Marco Régis (PPS), a população do Estado poderá perder o controle sobre as águas caso ocorra a privatização de Furnas. "As pessoas serão privadas das atividade de pesca, da irrigação e dos esportes náuticos", afirmou o deputado.

Para o presidente da Assembléia, deputado Antônio Júlio (PMDB), o momento é de ação e deve repercutir em todo País, já que o problema com as águas de Minas não atinge apenas o Estado. O deputado Ivo José (PT), coordenador da campanha, presidiu a cerimônia de lançamento do "Minas em Defesa das Águas" e falou da necessidade de união entre os municípios mineiros, escolas e entidades na luta pela preservação da água como recurso de sobrevivência. O movimento será realizado durante todo este ano e contará com o apoio da Frente Parlamentar "Jorge Hannas" Contra a Privatização de Furnas, formada por 71 deputados, representantes de diversos partidos. O deputado Anderson Adauto (PMDB) ressaltou a importância de implantação de uma Comissão específica de defesa do setor energético nacional e disse que está analisando nomes para integrar o processo de luta anti-privatização.

"A Assembléia lança o movimento e o governo mineiro adere", estas foram as primeiras palavras do representante do governador Itamar Franco (PMDB), o secretário de Estado de Minas e Energia, Luiz Márcio Viana. Segundo ele, o governo, em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e com a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), vai apresentar dois projetos para a implantação do Instituto Estadual de Energia e do Instituto de Mineração de Minas Gerais.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lúcio Guterres, falou sobre as conseqüências da escassez de energia, que segundo ele, são a diminuição da taxa de emprego e das perspectivas de desenvolvimento do Estado. "As grandes empresas não serão prejudicadas como a maior parte da população", afirmou.

No Dia do Trabalho, 1º de maio, será realizado na sede da Usina de Furnas, no município de São José da Barra, um ato público contra a privatização da hidrelétrica. No dia 7 de maio, haverá um ciclo de debates no Plenário da Assembléia. Serão discutidos os seguintes tema: "Água: Vida e Cidadania"; "Pivatização de Furnas"; "Política Nacional de Saneamento" e "Transposição das Águas do São Francisco" que contarão com a presença de diversos expositores. O deputado Antônio Júlio, abrirá o debate às 8h30.

Também participaram do evento os deputados Fábio Avelar (PPS), Rêmolo Aloise (PFL), Maria José Haueisen (PT), Paulo Piau (PFL), Doutor Viana (PMDB), José Milton (PL), Agostinho Silveira (PL), Adelmo Carneiro Leão (PT) e Mauro Lobo (PSDB).

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