A intenção do Programa de Farmácia Básica, viabilizado mediante termos de adesão firmados entre os municípios e a Fundação Ezequiel Dias (Funed), era boa, mas o programa sofreu interferências políticas no seu desenvolvimento que comprometeram a sua eficácia. A conclusão é do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, deputado Hely Tarqüínio (PSDB), após ouvir, nesta quarta-feira (21/3/2001), os depoimentos do secretário municipal de Saúde de Mateus Leme, Marcos José M. de Carvalho, e do ex-secretário municipal de saúde de Ibirité, Roberto Eustáquio Righi.

A CPI foi constituída para apurar as denúncias sobre corrupção na Secretaria de Estado da Saúde, apontadas pelo ex-secretário, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), abrangendo desde emissão de notas falsas a superfaturamento na Fundação Ezequiel Dias (Funed), além da terceirização desnecessária para a lavagem de roupas na Fhemig.

O secretário municipal de Saúde de Mateus Leme depôs sobre o fornecimento de cestas básicas de medicamentos da Funed, previsto no termo de adesão celebrado entre a Fundação e o município. Marcos José M. de Carvalho falou que, apesar de a Funed oferecer medicamentos de boa qualidade a preços acessíveis, ela não disponibiliza, na planilha, todos os 40 medicamentos que constituem a lista básica de Mateus Leme, além de não cumprir o cronograma. O ex-secretário municipal de Saúde de Ibirité disse que não há critério rigoroso para definir a lista básica de medicamentos.

Na reunião, também foram aprovados seis requerimentos solicitando diversos documentos e informações relativos ao fornecimento de medicamentos da Funed; e um solicitando orçamentos às empresas Panalpina, Sonave e AEI.

Participaram da reunião os deputados Hely Tarqüínio (PSDB), presidente; Edson Rezende (PSB), relator; Adelmo Carneiro Leão (PT) e Marcos Régis (PPS), além dos depoentes, secretário municipal de Saúde de Mateus Leme, Marcos José M. de Carvalho, e ex-secretário municipal de saúde de Ibirité, Roberto Eustáquio Righi.

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