Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (21/03/2001), o ex-reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), professor Aluísio Pimenta, fez um apelo pela derrubada do veto do governador a dispositivos da Proposição de Lei 14.696, que contém o orçamento do Estado para 2001, e transferem recursos para a Uemg e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ele defendeu o cumprimento da Constituição do Estado, já que a Emenda Constitucional nº 47, promulgada em 2000, prevê o repasse de 2% da receita orçamentária corrente ordinária a essas instituições.

Segundo Pimenta, o valor previsto no orçamento vetado pelo governador Itamar Franco é de R$ 75 milhões destinados a cada das instituições. Com esse dinheiro o professor alega que o valor reduzido das mensalidades, ou mesmo a universidade gratuita, estariam garantidos. Além disso, o ensino e a pesquisa poderiam ser garantidos se fosse feito o devido repasse das verbas. O ex-reitor da Uemg comparou os investimentos do Estado de São Paulo com Minas Gerais, afirmando que aquele estado investe R$ 2 bilhões nas universidades públicas. Minas Gerais está em 12º lugar em investimentos, perdendo para estados como o Piauí. Se o veto for mantido, a Uemg receberá R$ 14,6 milhões e a Unimonte, R$ 29,5 milhões, conforme previsto na Proposição de Lei 14.696.

O deputado Paulo Piau (PFL) - autor da proposta que deu origem à Emenda 47 - ressaltou a importância das manifestações de entidades de todo o Estado, principalmente do Sudoeste de Minas Gerais. Representantes de 10 municípios dessa região participaram da entrevista coletiva. O deputado defendeu a derrubada do veto, alegando que a Faculdade de Passos é a mais preparada para ser absorvida pela Uemg. Paulo Piau afirmou que, se a votação acontecesse hoje, a perspectiva seria de que, de acordo com o compromisso de vários deputados e de algumas bancadas, 39 votos já estariam garantidos para a rejeição do veto.

O presidente da Câmara Municipal de Passos, Marcos Salutte, um dos diversos representantes de Câmaras Municipais da região, afirmou que, se o governador Itamar Franco virar as costas para a Uemg, ele estará virando as costas para toda Minas Gerais.

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