O deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG) afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (05/02/2001), que acredita ter apoio suficiente para vencer as eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, em 1º turno, com margem de folga razoável. Ele informou que sua candidatura tem 310 dos 513 votos da Câmara, contando com o apoio, além do PSDB, do PMDB, PPB, PTB, PPS e PSB. Acredita, ainda, que terá mais de 80% dos votos da bancada mineira (são 53 parlamentares no total). A entrevista foi concedida na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa e contou com a presença de 10 dos 14 deputados estaduais do PSDB, além do presidente regional do partido, Danilo de Castro, entre outros.

Aécio Neves afirmou não acreditar em racha na base de sustentação do governo na hipótese de derrota do PFL na disputa pela presidência da Câmara. "Não vejo um movimento objetivo de abandono da base", disse, enfatizando que o PFL participa da aliança não em função de cargos, mas de um esforço para mudanças no País e em prol de um projeto de desenvolvimento. "Vamos sepultar a época em que os candidatos não eram eleitos, mas ungidos. É o fim do caciquismo nas decisões da Câmara, que definirá seu destino", acrescentou, referindo-se às eleições. Neves espera contar, ainda, com o apoio do PT, que, segundo ele, reúne-se nesta terça-feira (06/02/2001) para discutir o assunto. Defendeu o respeito às regras e ao Regimento Interno da instituição e afirmou que uma candidatura própria do partido seria extemporânea.

Aécio Neves disse, também, que sua candidatura representa um "grande e ousado esforço de reinserção da Câmara dos Deputados na sociedade". Ele elogiou a postura dos parlamentares federais do Estado que, segundo ele, entendem sua candidatura como um instrumento em favor de Minas Gerais e mais que um projeto partidário. Disse, ainda, não acreditar na interferência do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo.

Indagado sobre a possibilidade de disputar o governo do Estado em 2002, Aécio Neves disse que seu projeto, hoje, é presidir a Câmara dos Deputados. Acrescentou que a candidatura ao governo não depende de vontade pessoal, mas de circunstâncias que serão criadas naturalmente em torno do candidato que tiver condições no momento.

Presenças - Participaram da coletiva, entre outras autoridades, os deputados estaduais do PSDB Amilcar Martins, Miguel Martini, Kemil Kumaira, João Leite, Ailton Vilela, Mauro Lobo, Antônio Carlos Andrada, Mauri Torres, Maria Olívia e Elbe Brandão.

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