Os deputados Rogério Correia (PT), que foi o relator da CPI do Narcotráfico, e Marco Régis (PPS), que integrou a mesma Comissão, falaram nesta sexta-feira (22/12/2000), durante entrevista coletiva, sobre o afastamento do deputado federal Mauro Lopes do cargo de secretário de Estado de Segurança Pública. O deputado Rogério Correia lembrou as várias denúncias recebidas pela CPI contra Mauro Lopes, destacando casos em que policiais foram transferidos como forma de retaliação por prenderem traficantes de influência. O deputado Marco Régis ressaltou que "os cheques de Aquiles Caetano depositados na conta do ex-secretário e de sua mulher comprovam o envolvimento de Mauro Lopes com o estelionatário", disse.

Rogério Correia acredita que o afastamento do secretário não pode ser um fato isolado, sendo necessárias mudanças estruturais na Secretaria de Segurança. Para ele, "deve-se fazer uma varredura completa no esquema de corrupção que atua na Secretaria de Estado de Segurança Pública".

Eles explicaram que não aceitaram ouvir Aquiles Caetano, que disse não ter ligações pessoais ou econômicas com Mauro Lopes, porque os trabalhos da CPI já estavam em fase de conclusão quando ele se dispôs a depor. O deputado Marco Régis esclareceu, também, que a quebra de sigilo bancário de Caetano foi requerida no começo deste ano, quando da apreensão de uma tonelada de maconha no Sul de Minas.

Quanto às várias ameaças sofridas pelos membros da CPI, os deputados disseram que elas continuam e que temem pelas suas vidas e de seus familiares. Além de pedir à Polícia Federal que investigue a autoria das ameaças, os deputados continuam sob esquema de segurança.

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