Comissão de Turismo discute situação de Furnas
Os prejuízos ambientais e turísticos causados pela redução do nível de água da represa de Furnas foi tema de debate d...
06/12/2000 - 09:38
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Comissão de Turismo discute situação de Furnas Os prejuízos ambientais e turísticos causados pela redução do nível de água da represa de Furnas foi tema de debate da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio, que se reuniu nesta terça-feira (05/12/2000). A Hidrelétrica de Furnas foi construída no final da década de 50 para evitar a ameaça de um colapso de energia no país. O nível do rio Grande, que corta o Estado de Minas Gerais e mantém a importância da Usina até hoje, diminuiu, nos últimos três anos, cerca de 15 metros - duas vezes mais que o normal, nessa época do ano. Na busca de soluções para esses problemas, o secretário de Estado de Minas e Energia, Luiz Márcio Viana, que participou da reunião, falou sobre a criação de um instituto regional para fiscalizar as ações ligadas ao Rio Grande e à Hidrelétrica e agir junto à sociedade. Para ele, seria uma forma de conseguir captar os recursos destinados ao Estado e que ficam retidos no Governo Federal. "Não temos autorização federal para fiscalizar Furnas", afirmou. Segundo o secretário adjunto de Estado do Turismo, Antônio Henrique Borges de Paula, já existem vários planos de empresas, ainda não implantados, para a resolução dos problemas de Furnas. Ele afirmou que tem que haver uma mobilização na tentativa de fazer de Furnas não só um reservatório de energia mas também uma grande potência turística. "Temos que estabelecer nosso objetivo e criar ações concretas e rápidas, pois se a privatização de Furnas acontecer, tudo fica mais complicado", ressaltou. Antônio Henrique falou ainda da ansiedade das pessoas que hoje estão envolvidas com a atividade turística na região. Timóteo de Souza Neto, prefeito de Alterosa, cidade da Região dos Lagos, concordou e reafirmou a necessidade de reverter a situação da Usina. "Furnas é uma empresa que vê mais números na frente do que gente", disse. Para o deputado Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB), a Hidrelétrica se preocupa apenas com a captação dos rendimentos e não com as populações que ocupam a região. O deputado apresentou um requerimento solicitando que seja promovida uma audiência pública, na cidade de Alfenas, para dar continuidade às discussões e agilizar os planos de ação. SITUAÇÃO DE CALAMIDADE No último mês de outubro, o reservatório da Usina de Furnas atingiu o nível mais baixo do ano: apenas 2,71 metros acima do nível mínimo para a operação da hidrelétrica. O grande lago artificial, cujo tamanho corresponde ao de três Baías da Guanabara, está hoje com 9% do volume normal. Mesmo com uma providência urgente, demoraria no mínimo dois anos para que o nível voltasse a ser como antes. Apesar de estar trabalhando no limite, não há riscos para o abastecimento de energia, segundo o secretário Luiz Márcio. Ele ponderou, contudo, que a seca ameaça a economia de uma região que cresceu em função da atividade turística. Os turistas, que lotavam o balneário e faziam a população triplicar, estão cada vez mais escassos. O movimento nos hotéis e pousadas caiu e o faturamento do comércio também. A paisagem que sempre seduziu os turistas está diferente, à espera de ajuda. PRESENÇAS Participaram da reunião os deputados Fábio Avelar (PPS), presidente da Comissão; Eduardo Hermeto (PFL) e Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB). O secretário de Estado de Minas e Energia, Luiz Márcio Viana; o secretário adjunto de Estado do Turismo, Antônio Henrique Borges de Paula; representantes do Condomínio Escarpas do Lago e o presidente da Pró-Furnas.
Responsável pela informação: Paula Patrícia- ACS - 31-2907715 |
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