Dois "laranjas" que estariam servindo de testas-de-ferro em operações de lavagem de dinheiro nas empresas da família Santiago receberam ordem de prisão durante depoimentos à CPI do Narcotráfico, em Montes Claros, nesta terça-feira (21/11/2000). Felismino Henriques Neto e Juarez Souto compareceram ao Comando Regional da Polícia Federal na cidade para prestar esclarecimentos sobre o grande montante de dinheiro movimentado pelas empresas PPL, GMS e Milleniun Automóveis, de propriedade dos Santiago. Os dois estavam foragidos e deixaram de atender a vários chamados da CPI.

Localizado pela Polícia Federal em um haras de Paulo César Santiago, Juarez Souto, apoiando-se no artigo 5º da Constituição Federal e acompanhado por um advogado, negou-se a falar. Porém, segundo o promotor André Ubaldino, que acompanha os trabalhos da CPI, essa prerrogativa só se aplica ao direito de não se auto-incriminar, o que não é o caso desse depoimento. Sendo assim, os deputados deram ordem de prisão a Juarez Souto por falso testemunho e por calar a a verdade. Pelo mesmo motivo, a ordem de prisão foi estendida a Felismino Henriques Neto. O terceiro "laranja", João de Deus Dias Neto, telefonou aos deputados, porém não compareceu à reunião.

Nesta quarta-feira (22/11/2000), a CPI irá ouvir, no prédio da Polícia Federal no Rio de Janeiro, os irmãos Paulo César Santiago, Luiz Francisco Santiago e Maria Cristina Santiago Oliveira, que irão depor como acusados.

Presenças - Participaram da reunião em Montes Claros os deputados Marcelo Gonçalves (PDT), presidente; Paulo Piau (PFL), vice-presidente; Rogério Correia (PT), relator; e Sargento Rodrigues (PSB).

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