Deputados denunciam pressões para inibir atuação da CPI do Narcotráfico
O deputado Marcelo Gonçalves (PDT) anunciou, nesta quinta-feira (15/11/2000), que a CPI do Narcotráfico vai se reunir...
16/11/2000 - 16:33
|
Deputados denunciam pressões para inibir atuação da CPI do Narcotráfico O deputado Marcelo Gonçalves (PDT) anunciou, nesta quinta-feira (15/11/2000), que a CPI do Narcotráfico vai se reunir, no próximo dia 24 de novembro, com o relator da CPI Nacional do Narcotráfico, deputado Moroni Torgan, para entregar a ele documentos sobre o empresário e deputado federal Lael Varela, investigado pelas duas comissões. Em conversa com a imprensa, o deputado confirmou a ida da CPI ao governador Itamar Franco, para formalizar o pedido de afastamento do secretário de Estado da Segurança Pública, Mauro Lopes, e adiantou que a previsão de encerramento dos trabalhos da Comissão é o dia 24 de dezembro. O presidente da CPI do Narcotráfico respondeu ainda às denúncias do secretário Mauro Lopes sobre seu envolvimento com a empresa Ação Distribuidora de Medicamentos, acusada de comercializar remédios falsos. "Essa notícia foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, em agosto de 1998. Foi uma armação política num momento de campanha, e o jornal se retratou logo depois, reconhecendo o erro", afirmou Marcelo Gonçalves. O deputado disse que não vai se intimidar com as pressões que tem recebido por meio de cartas anônimas e denúncias improcedentes como essa, ameaçando comprometer as ações da Comissão. "Vamos levar o nosso trabalho até o final, doa a quem doer", frisou o deputado. Relatório do deputado Marco Régis (PPS) que será entregue ao governador nos próximos dias comprova as ligações do secretário Mauro Lopes com o empresário Aquiles Caetano, acusado de estelionato e formação de quadrilha. O presidente Marcelo Gonçalves ressaltou, no entanto, que a CPI do Narcotráfico não vai se limitar a provar a existência desse relacionamento. "Vamos apresentar fatos que comprovam a interferência prejudicial do secretário nos trabalhos da CPI e de investigações contra traficantes. O afastamento do secretário é, no entanto, uma decisão do governador e só dele. Nem a CPI nem a Mesa defende a instalação de uma nova comissão para apurar as ações de segurança do Executivo, caso o secretário não seja afastado", garantiu Gonçalves. Ele comentou ainda que recebeu um recado do deputado Arlen Santiago (PTB) de que seu irmão Paulo César Santiago estaria disposto a depor na CPI, caso fosse convocado como acusado e não como testemunha. "Como acusado ele pode falar o que quiser e se quiser. Como testemunha ele está comprometido com a verdade e não pode se recusar a depor. Eles querem também ganhar tempo para estudar a documentação das empresas que estão sendo investigadas e que eles desconhecem", disse. O relator da CPI do Narcotráfico, deputado Rogério Correia (PT), afirmou que a comissão não vai mais insistir no depoimento dos irmãos Santiago. "Do nosso relatório vão constar todas as denúncias que temos contra eles. Se os dois quiserem apresentar a sua defesa, estaremos abertos para agendar os depoimentos. Essa deve ser uma preocupação deles, não da CPI", insistiu Rogério Correia. O relator confirmou ainda à imprensa que a comissão vai analisar a possibilidade de requerer a criação de uma comissão processsante para cassar o mandato do deputado Arlen Santiago. Segundo o presidente, não existe acusação formal contra o deputado, mas, por duas vezes, ele dificultou os trabalhos da CPI escondendo as testemunhas convocadas para depor. Rogério Correia adiantou ainda que está solicitando ao secretário da Segurança Pública informações sobre o afastamento do chefe da Polícia Civil, Nilton Ribeiro. Ele vinha sendo investigado pela CPI, que chegou a apurar uma série de denúncias contra o policial. "E por que agora o secretário decide afastá-lo do cargo?", indagou o deputado. O relator confirmou que o relatório final da CPI deverá estar concluído até o início da segunda quinzena de dezembro.
Responsável pela informação - Patrícia Duarte - ACS - 31-32907715 |
|
|
|
|