Detentos confirmam denúncias de corrupção na Polícia Civil
Os detentos Marcos Ricardo Teixeira e Manoel Messias da Silva, da cidade de Monte Carmelo, confirmaram denúncias de a...
26/10/2000 - 08:44
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Detentos confirmam denúncias de corrupção na Polícia Civil Os detentos Marcos Ricardo Teixeira e Manoel Messias da Silva, da cidade de Monte Carmelo, confirmaram denúncias de ameaças de morte a policiais militares e de corrupção por parte da Polícia Civil. Eles participaram de reunião da CPI do Narcotráfico, nesta quarta-feira (25/10/00), na Assembléia. Marcos Ricardo Teixeira, preso por tráfico de drogas, disse aos deputados que o próprio delegado Carlos Roberto Campos contou-lhe ter ameaçado o cabo da PM Valdson. Segundo Teixeira, o cabo estaria sofrendo retaliações por ter contribuído com os trabalhos da CPI. Marcos Teixeira relatou, ainda, um episódio em que pagou pela soltura de um amigo, detido por tráfico de entorpecentes. De acordo com ele, o carcereiro José Tomás cobrou cerca de R$ 4 mil para liberar o traficante no mesmo dia de sua prisão. O preso confirmou que o pagamento de propina a policiais civis para o não enquadramento de criminosos, ou mesmo para a libertação de presos, é prática comum em Monte Carmelo. Perguntado sobre a reação do delegado Carlos Campos após seu primeiro depoimento em reunião secreta da CPI, na semana passada, Teixeira contou que, apesar do pedido dos deputados para que ele não fosse retirado de sua cela, o delegado o levou para a delegacia para saber o que ele tinha dito à Comissão e pressioná-lo a não falar mais nada. Disse, também, que assinou um documento, cujo teor desconhece, a mando do delegado e sob coação. Marcos Teixeira acha que o delegado está forjando argumentações para desacreditar seu depoimento. Segundo ele, existe um envolvimento maciço das polícias, principalmente a Civil, no crime organizado que atua no Triângulo Mineiro. A esse respeito, o deputado Marcelo Gonçalves (PDT) falou da facilidade com que o tráfico é feito na região de Uberlândia e da grande dificuldade de arrolar testemunhas, já que as pessoas têm medo de denunciar e sofrerem perseguições por isso. Outro detento a depor foi o latrocida Manoel Messias da Silva que estava na sala do delegado Campos quando da ameaça ao cabo Valdson. Manoel Messias disse também que os policias civis, entre eles o delegado, ofereceram-lhe privilégios para que não falasse nada que os comprometessem, aos deputados. Além disso, ele citou casos de roubo de cargas na região de Monte Carmelo e o envolvimento de agentes públicos nesses crimes. AFASTAMENTO DE AGENTES Durante a reunião, foram aprovados dois requerimentos do deputado Rogério Correia (PT). O primeiro solicitando o afastamento do referido delegado e de seus ajudantes durante a fase de investigação das denúncias; e o segundo pedindo cópia do processo movido pelo Ministério Público contra a ex-promotora Sandra Furlan. No intuito de conseguir o afastamento dos agentes denunciados no menor prazo possível, os deputados da CPI compareceram à Secretaria de Segurança Pública na tarde desta quarta-feira (25/10/2000), para requerer ao secretário Mauro Lopes o afastamento imediato dos envolvidos nas denúncias. O secretário deferiu o pedido dos deputados e afastou o delegado Carlos Roberto Campos, o detetive Luís Carlos e o carcereiro José Tomás, todos lotados na delegacia de Monte Carmelo. PRESENÇAS Participaram da reunião os deputados Marcelo Gonçalves (PDT) - presidente da CPI, Paulo Piau (PFL) - vice-presidente, Rogério Correia (PT) - relator, José Henrique (PMDB) e Sargento Rodrigues (PSB).
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