A Assembléia Legislativa promove, nesta quarta-feira (16/08/2000), às 20 horas, Reunião Especial em comemoração do centenário de nascimento do ex-governador Milton Campos. Antes da solenidade, que acontece em Plenário, será lançado selo comemorativo em homenagem ao centenário, no Salão Nobre. Entre as autoridades que estarão presentes ao evento, estão o ministro de Estado das Comunicações, Pimenta da Veiga; o secretário de Estado da Cultura de Minas, Ângelo Oswaldo; Maria Regina Campos Horta, filha de Milton Campos; além do presidente de honra da Comissão Especial de Comemoração do Centenário de Nascimento de Milton Campos, Raul Machado Horta; o ex-ministro Oscar Dias Corrêa, orador oficial da Comissão; e o presidente dos Correios, Hassan Gebrim.

No requerimento solicitando a realização da Reunião Especial, o presidente da Assembléia, deputado Anderson Adauto, destaca que a passagem de Milton Campos pelo governo de Minas foi marcada por "grandes realizações em prol do povo mineiro". Ele lembra, ainda, solicitação da Comissão Especial do Centenário de Nascimento de Milton Campos, encaminhada à Assembléia por meio de ofício do secretário da Cultura, Ângelo Oswaldo.

Milton Soares Campos nasceu em Ponte Nova (MG) a 16 de agosto de 1900 e faleceu em Belo Horizonte a 16 de janeiro de 1972. Filho do desembargador Francisco de Castro Rodrigues Campos e de Regina Martins Soares Campos, foi político, advogado, professor, escritor e acadêmico. Foi eleito deputado à Assembléia Constituinte Estadual, continuando seu mandato na 1ª Legislatura, que se estendeu de 1935 a 1937. Em 1935, fez parte da Comissão Constitucional, da qual foi relator. Na legislatura que se seguiu, integrou a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, tendo também exercido a Liderança da Maioria, então representada pela Bancada do Partido Progressista. Nessa época, também dedicava-se ao jornalismo, dirigindo a sucursal dos Diários Associados e colaborando em vários jornais de Minas e do Rio de Janeiro. Ingressava também no magistério, especializando-se em Direito Público, Civil e Constitucional.

Ao longo de toda sua vida pública, foi adepto dos princípios da democracia liberal. Durante o Estado Novo, participou do grupo que editava clandestinamente o jornal Liberdade, onde defendia seus ideais políticos. Foi também um dos que lideraram a organização da OAB em Minas, que presidiu por dois anos. Em janeiro de 1946, foi eleito pela UDN deputado à Assembléia Nacional Constituinte. Assumiu o Governo de Minas em março de 1947 e, durante sua gestão, foi democratizado o ensino médio em Minas, com lei que criava a rede de ginásios gratuitos. Em junho de 1947, em sua primeira mensagem à Assembléia, apresentou as bases do Plano de Recuperação Econômica e de Fomento da Produção, roteiro que caracterizava as principais carências econômicas do Estado e propunha hierarquização de investimentos para superá-las.

Foi ministro da Justiça no Governo Marechal Castelo Branco, organizando a legislação e a instalação da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem), que deu origem à Febem de cada Estado. Foi presidente nacional da UDN de 1955 a 1957; candidato à vice-presidência com Juarez Távora, em 1955, e com Jânio Quadros, em 1960; foi reeleito senador para a 6ª e 7ª Legislaturas (1967/75). Foi de Milton Campos a proposta de reforma agrária que inspirou as diretrizes básicas do Estatuto da Terra, adotado após o movimento de 1964. Pertenceu ao Partido Progressista, à UDN e à Arena; foi co-fundador da Faculdade de Direito da Universidade Católica e provedor e vice-provedor da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.

Responsável pela informação: Fabiana Oliveira- ACS - 31-2907715