Acionista minoritário não esclarece dúvidas na CPI

Entre as privatizações das instituições financeiras efetuadas no País, a do Bemge alcançou o melhor resultado. A aval...

17/07/2000 - 16:26

alinfor.gif (4077 bytes)



 

Acionista minoritário não esclarece
dúvidas na CPI

Entre as privatizações das instituições financeiras efetuadas no País, a do Bemge alcançou o melhor resultado. A avaliação é do diretor-presidente do Banco Emblema e acionista minoritário do Bemge, Geraldo Lemos Filho; e do representante do Banco Pactual S/A, de São Paulo, Carlos Henrique Vieira Brandão dos Santos. Eles participaram da reunião da CPI do Sistema Financeiro, nesta quarta-feira (31/05/2000), na Assembléia Legislativa. O relator da Comissão, deputado Doutor Viana (PDT) tem até o dia 25 de junho para emitir o seu parecer. A reunião desta quarta-feira foi a última com depoimentos.

De acordo com o acionista minoritário do Banco, Geraldo Lemos Filho, a privatização do Bemge iniciou-se após o voto do Conselho Monetário Nacional para a privatização de toda a rede bancária estatal. Segundo Lemos, a venda do Bemge, em 14 de setembro de 1998, começou com o preço mínimo de R$ 315 milhões, com três candidatos finais com ofertas em propostas fechadas, prevista a seqüência do leilão por viva voz, com corte de 15% no lance do vencedor, pela maior oferta. Os valores expostos nas propostas fechadas, de acordo com o acionista, alcançaram R$ 371 milhões do Banco Bozano Simonsen S.A; R$ 444 milhões do Bradesco; e R$ 486 milhões do Banco Itaú. O Bemge foi vendido por R$ 615 milhões para o Itaú.

Durante os questionamentos do relator da Comissão, deputado Doutor Viana (PDT), Geraldo Lemos Filho foi prolixo nas respostas, se remetendo à década de 1960, a governos como o de Israel Pinheiro. Ele afirmou que os sócios minoritários não tinham poder de decisão no Banco e que, depois da liquidação feita pelo Estado, a participação acionária de seu grupo caiu de 10,5% para 4,70%. O grupo recebeu R$ 32 milhões com a venda do Bemge. Sobre os créditos de liquidação encaminhados à MGI Participações S/A para a cobrança, Lemos considera que o trabalho está sendo feito de forma lenta e informou que recebeu R$ 200 mil. "A MGI é o cemitério das estatais", declarou.

PACTUAL

Segundo o representante do Banco Pactual S/A, Carlos Henrique Vieira Brandão dos Santos, a privatização do Bemge foi um sucesso, tendo em vista o ágio de 85,59% atingido no processo. "A operação de privatização do Bemge foi considerada um marco no processo de privatização no Brasil", afirmou. O Banco Pactual S/A fez parte do Consórcio Horizontes formado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Goldman, Sachs & Co, Vieira, Rezende, Barbosa e Poros Advogados e NCV Consultora Empresaria Ltda.

O consórcio foi contratado para prestar assessoria externa do Estado, ou seja, preparar e executar a operação de venda das ações. De acordo com Brandão, o processo de contratação do Consórcio Horizontes levou em consideração a experiência técnica do grupo em processos semelhantes de alienação de controle, fusão, aquisição e incorporação de instituições financeiras no Brasil e no exterior.

O presidente da CPI, deputado Ronaldo Canabrava (PMDB), ressaltou que a contratação do Consórcio Horizontes foi feito sem licitação. Ele lembrou e questionou o convidado sobre a existência de um processo no Tribunal de Contas que investiga as razões da dispensa. Carlos Henrique Vieira Brandão dos Santos explicou que toda a diretoria que participou do processo de privatização do Bemge não trabalha mais no Banco Pactual S/A pois, recentemente, foi feita uma mudança societária na empresa. O representante do Banco não soube responder outras perguntas dos deputados.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ronaldo Canabrava (PMDB), que preside a Comissão, Doutor Vianna (PDT), Maria Tereza Lara (PT) e Dalmo Ribeiro Silva (PSD)

 

Responsável pela informação: Carolina Braga - ACS - 31-2907715