CPI do Sistema Financeiro ouve ex-diretor do Bemge

A CPI do Sistema Financeiro ouviu, na reunião desta quarta-feira (17/05/2000), o ex-presidente do BDMG e ex-diretor d...

17/07/2000 - 16:30

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CPI do Sistema Financeiro ouve
ex-diretor do Bemge

A CPI do Sistema Financeiro ouviu, na reunião desta quarta-feira (17/05/2000), o ex-presidente do BDMG e ex-diretor do Bemge, Marcos Raimundo Pessoa Duarte. A Comissão investiga, no prazo de 120 dias, o processo de ajuste e as transformações no Sistema Financeiro Público Estadual, na década de 1990, com destaque para a privatização do Bemge. Duarte, que dirigiu o Bemge de 1991 a 1995, considera o período de administração dos bancos curto para se implantar sistemas e métodos que traduzam na modernização da instituição financeira.

Para Marcos Pessoa, o Bemge avançou muito nos anos em que dirigiu a instituição, mas tinha um perfil que facilitou as dificuldades pelas quais passou. Segundo ele, depois da liquidação da Minascaixa, o Bemge recebeu o desafio de ser o maior banco do Estado de Minas Gerais, dando início a uma estratégia de crescimento já com a convicção de que a estabilização da economia seria uma peça chave no processo. Em dezembro de 1990 o banco tinha 419 agências e, em 1995, já eram 755. De acordo com Marcos Pessoa, o banco era uma instituição financeira sadia, com um patrimônio líquido de US$ 141 milhões, mas que apresentava alguns problemas. Um deles, de acordo com o ex-diretor, era o atendimento.

Segundo Marcos Pessoa, uma pesquisa feita no banco revelou que o cliente não era o foco nos trabalhos, não existia qualidade no trabalho desenvolvido, assim como falhas na comunicação interna. A partir daí foram definidas mudanças organizacionais onde o principal objetivo seria transformar o Bemge no banco preferencial dos clientes. Os resultados alcançados no final da gestão, na avaliação de Marcos Pessoa, foram coerentes com a estratégia traçada.

BDMG

Marcos Pessoa, que presidiu o BDMG entre os anos 1995 e 1998, defendeu a importância do BDMG para o desenvolvimento do Estado. "O BDMG é absolutamente essencial pois tem objetivos que transcendem políticas do Governo do Estado de Minas Gerais", afirmou. Segundo ele, na sua gestão o valor das liberações aumentou de R$ 210 milhões em 1995 para R$ 549 em 1998. "É um absurdo cercear a maneira de agir do BDMG", disse. De acordo com o ex-presidente, em 1998 o BDMG apresentava uma situação saudável, rentável e com tendências para o desenvolvimento. O deputado Paulo Piau (PFL) também ressaltou a importância do BDMG para o Estado.

QUESTIONAMENTOS

O deputado Mauro Lobo (PSDB) perguntou se a privatização do Bemge foi resultado de problemas de gestão, de segmentação. Marcos Pessoa acha que a liquidação da Minascaixa foi conseqüência de um problema claro de gestão, mas a privatização do Bemge, não. Segundo ele, muitos gerentes do Bemge passaram por rígidos processos de seleção e agora são diretores do Itaú em São Paulo.

Respondendo a um questionamento do relator da Comissão, deputado Doutor Viana (PDT), lido pelo presidente da CPI, deputado Ronaldo Canabrava (PMDB), o ex-funcionário do BDMG, Armando Guimarães Souto, que também participou da reunião, disse que as privatizações foram resultado da falta de recursos do Estado para financiar 50% para ajustar os bancos.

PRESENÇAS

Participaram da reunião os deputados Ronaldo Canabrava (PMDB) - presidente; Mauro Lobo - vice-presidente; Doutor Viana (PDT); Dinis Pinheiro (PSD); Maria Tereza Lara (PT); Sebastião Costa (PFL); e Paulo Piau (PFL). Também estiveram presentes representantes do BDMG e do Bemge, Pedro Varcas de Oliveira Penna; Paulo Eduardo Rocha Brant; Bernardo de Queiroz; João Batista Ferreira Salles; José Marcos Machado; Armando Guimarães Souto.

 Responsável pela informação: Carolina Braga - ACS - 31-2907715