Durante a última reunião preparatória para a teleconferência sobre segurança pública, o 2^o vice-presidente da Assembléia, deputado Durval Ângelo (PT), informou que 81 entidades estão apoiando o evento e 68 municípios mineiros já realizaram discussões sobre o assunto, enviando sugestões. Estavam presentes várias entidades envolvidas com o tema, entre elas: CUT, Associação dos Delegados de Carreira da Polícia Civil, Sindicato dos Policias Federais de Minas Gerais e Fórum Nacional de Luta. O objetivo do encontro, que aconteceu nesta quarta-feira (28/06/2000), foi debater a mobilização de todos os setores da sociedade no "Movimento pela Segurança e Vida".

Dentro da programação do Movimento, será realizada, no próximo dia 6 de julho, uma grande mobilização em torno do Dia Estadual da Segurança Pública. Entre as atividades previstas, está a teleconferência "Segurança Pública: o papel do Estado e da sociedade civil", que será transmitida das 10 às 12 horas, para todo o Estado, via Embratel. Os debates, que se iniciarão às 9h e se estenderão até às 18h será transmitido integralmente pela TV Assembléia, que já tem repetidoras em 36 cidades mineiras, TVs Comunitárias de vários outros municípios, e uma rede interativa, instalada pela Telemar em seis municípios de Minas, que permitirá a participação destas cidades, em tempo real, nos debates que estarão acontecendo no Plenário da Assembléia.

O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, major Domingos Sávio de Mendonça, reivindicou a participação da PMMG na teleconferência e salientou a importância de debater a questão da unificação dos comandos da polícia. As entidades presentes decidiram incluir o major como conferencista do painel da manhã. De acordo com o deputado Durval Ângelo, vários setores do governo foram convidados a participar do movimento, mas ainda não se manifestaram. O deputado Sargento Rodrigues (PL) destacou a importância do envolvimento do Executivo, lembrando que os projetos de lei, após serem aprovados, dependem de ações do Governo para serem implementadas. No sentido de buscar o apoio do governo do Estado, foi formada uma comissão com representantes da sociedade civil para buscar o envolvimento do Executivo no debate.

Segundo o vice-presidente da CUT, Gilson Reis, 42% dos jovens entre 16 e 24 anos estão desempregados. Ele apontou esta questão como de fundamental importância no que diz respeito ao aumento da violência. Reis disse que não há como discutir segurança pública sem contextualizar os aspectos socioeconômicos. Também preocupado com o problema do desemprego, o representante da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Saulo Miranda, salientou a necessidade de gerar empregos no interior para que as famílias não precisem ir para as grandes cidades. Ele ainda destacou a necessidade de modificar as leis trabalhistas para facilitar a contratação da mão de obra, de acordo com a realidade de cada comunidade.

Diante da forma como o Plano Nacional de Segurança está sendo implementado, Gilson Reis disse que é preciso valorizar a iniciativa da Alemg, ao propor a discussão sobre segurança pública com a participação da sociedade. Ele afirmou que as medidas que envolvem segurança devem ser decididas com a participação da população e não de forma autoritária.

A coordenadora da Área de Projetos Institucionais da Assembléia, Myriam Costa de Oliveira, lembrou que o documento apresentado pela Alemg é o "ponta-pé" inicial da discussão e que a teleconferência faz parte do movimento que terá continuidade, inclusive com um Seminário Legislativo, a ser realizado no segundo semestre, com a participação das entidades da sociedade civil e representantes dos municípios.

Também estiveram presentes à reunião os deputados Cabo Morais (PL) e Elaine Matozinhos (PSB).

Confira alguns dados da pesquisa sobre segurança realizada pela Assembléia:

• 86,9 % das pessoas entrevistadas sentem-se menos seguras do que há tempos atrás;

• 36,7% das pessoas entrevistadas acreditam que o desemprego é a maior causa do aumento de violência;

• 26% das pessoas entrevistadas saem menos de casa por causa da violência;

• 30,2% das pessoas entrevistadas disseram que a agressão contra crianças é o tipo de violência que mais os impressionam.

Responsável pela informação: Ana Carolina - ACS - 31-2907715