O presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores de Empresas Autogestionárias, Marcos Gomes Godinho, informou que 20 mil postos de trabalho foram recuperados desde 1994 por meio de iniciativa de trabalhadores que se viram ameaçados diante da falência de suas empresas. O medo do desemprego levou os funcionários a assumirem a direção buscando, assim, uma alternativa ao desemprego, disse Godinho, durante a reunião conjunta das Comissões de Turismo, Indústria e Comércio e do Trabalho, da Previdência e da Ação Social, nesta terça-feira (27/06/2000). Segundo ele, 65 empresas em todo o Brasil foram recuperadas por este tipo de ação. A audiência, que foi realizada a partir de um requerimento do deputado Márcio Cunha (PMDB), teve como objetivo discutir o Projeto de Lei (PL) 894/2000, do deputado Rogério Correia (PT), que pretende implementar um programa de incentivo à empresas sob controle gestionário dos trabalhadores.

Godinho apontou que, entre as principais dificuldades deste tipo de ação, estão a falta de uma política pública que fortaleça esta iniciativa e as ausências de linhas de crédito e de formação profissional específica. Ele ressaltou que o PL 894/2000 articula a possibilidade de surgir o empreendedor coletivo, como acontece, segundo ele, no meio rural. "Os projetos do setor urbano são voltados para o empreendedor individual", ponderou Godinho, que acredita ser o investimento conjunto a melhor alternativa para o desemprego.

O deputado Márcio Cunha (PMDB), relator do projeto, disse que o parecer será emitido na próxima reunião, mas adiantou que é importante apoiar alternativas como essa diante do atual cenário econômico. Para o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Ivo José (PT), é preciso agilizar a votação da proposição, para que a sociedade esteja instrumentalizada para superar as dificuldades e contribuir no desenvolvimento do País. O presidente da Comissão de Turismo, deputado Fábio Avelar (PPS), também manifestou-se a favor do projeto, que considerou oportuno.

"Existem muitas idéias boas, mas falta competência administrativa para gerenciá-las". Esta é a opinião do coordenador de formação profissional do Senac, Rubens Caetano de Albuquerque. Ele disse que o profissional deve estar sempre atualizado para que possa procurar novas alternativas. É neste sentido que o Senac atua em sete áreas de formação profissional, que compreendem: administração, comunicação e artes, conservação e zeladoria, hotelaria, saúde e turismo. Albuquerque acrescentou, ainda, que é preciso investir na qualificação de uma nova fonte potencial de trabalho.

Estavam presentes os deputados Fábio Avelar (PPS), que presidiu a reunião; Márcio Cunha (PMDB) e Ivo José (PT), presidente da Comissão de Trabalho.

Responsável pela informação: Ana Carolina Utsch - ACS - 31-2907715