Anderson Adauto divulga pesquisa sobre segurança

Para policiais militares e civis, o trabalho em conjunto das duas polícias melhoraria a segurança da população e, par...

19/06/2000 - 18:38

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 Anderson Adauto divulga pesquisa sobre segurança

 Para policiais militares e civis, o trabalho em conjunto das duas polícias melhoraria a segurança da população e, para os mineiros, o desemprego está entre as principais causas do aumento da violência. Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa sobre segurança pública encomendada pela Assembléia e realizada pela empresa Leal-M Opinião e Mercado, divulgada nesta segunda-feira (19/06/2000) durante entrevista coletiva no Salão Nobre. Outro dado apurado é que mais da metade dos entrevistados estão dispostos a participar de grupos ou associações que ajudem a enfrentar o problema da violência. O presidente Anderson Adauto (PMDB) afirmou que a pesquisa constata necessidades de mudança ressaltadas pelo Parlamento mineiro, que lançou o Movimento pela Segurança e Vida, promovido pela Assembléia em parceria com 57 entidades e instituições que lidam com as questões de segurança pública e de direitos humanos.

O presidente lembrou que as sugestões da Assembléia para a segurança pública - que serão aprimoradas com a participação da sociedade e dos segmentos envolvidos no assunto - apóiam-se em três pilares: a coragem política para empreender mudanças, entre elas a integração das ações das Polícias Civil e Militar; a participação da sociedade e o financiamento. O presidente ressaltou, na coletiva, que não há atualmente, além de razões jurídicas, clima político para falar de unificação de polícias. O que importa, no entanto, enfatizou, é discutir e implementar propostas de curto, médio e longo prazos. Entre as medidas de curto prazo propostas pela Assembléia mineira, está a integração de algumas ações, como a criação de uma central única de polícia e um sistema único de comunicação.

27% JÁ FORAM ASSALTADOS

Vinte e sete por cento dos entrevistados já foram assaltados ou sofreram algum tipo de violência criminosa uma ou mais vezes; e 37,6% dos entrevistados já tiveram familiares assaltados ou que sofreram algum tipo de violência também uma ou mais vezes. Dos entrevistados assaltados ou que sofreram esse tipo de violência, 46,3% não denunciaram o caso à polícia e 32,7% denunciaram e não obtiveram sucesso. Quanto às causas do aumento da violência, o desemprego é a principal para 36,7% da população; e o uso de drogas é a principal para 24,1%. Para melhorar o financiamento do sistema de segurança, a maioria da população é contra a redução das verbas para a educação (80,4%) e para a saúde (83,5%), bem como a criação de impostos (53,8% posicionaram-se contra; 27,5% a favor e 17,9% em parte).

A pesquisa de opinião pública ouviu 1.501 cidadãos e 404 policiais civis e militares da ativa. Os trabalhos de coleta de dados foram realizados entre os dias 7 e 13 de junho deste ano, sendo 401 entrevistas realizadas na capital; 200 na Região Metropolitana e 900 no interior do Estado. A estratificação se deu de acordo com o censo demográfico de 1991, realizado pelo IBGE, por sexo, idade e escolaridade. Todos os entrevistados têm idade superior a 16 anos, e as entrevistas foram domiciliares, exceto para os cidadãos em trânsito (também entrevistados).

Dificuldade de conseguir informação - Do total de policiais civis e militares que responderam a pesquisa, 83,7% acreditam que o trabalho em conjunto das duas polícias melhoraria a segurança da população. Para as duas polícias, a unificação dos comandos das polícias militar e civil melhoraria a segurança, mas o policial militar não é tão otimista quanto o civil. Entre os militares, 52% acham que haveria melhoria e outros 38,5%, não. Entre os civis, os índices apurados são de 65% e 31,7%, respectivamente. Mais da metade (57%) da Polícia Militar tem dificuldade para conseguir informações com a Polícia Civil e 43,7% desta tem dificuldade de obter informações com a Polícia Militar.

PALAVRAS DOS DEPUTADOS

Anderson Adauto enfatizou, ainda, que a sociedade espera ações concretas dos governos, nos seus diferentes níveis, e dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para resolver as questões da segurança pública. Indagado sobre a participação do Executivo no processo de discussão, ele afirmou que acredita que o governo fará a sua parte. Acrescentou que, se existem problemas de ordem política atualmente, a segurança pública é um assunto que está acima dessas questões. O 2º-vice-presidente da Assembléia, deputado Durval Ângelo (PT), destacou também que os dados colhidos tanto no interior do Estado quanto na capital demonstram que a insegurança não está restrita a Belo Horizonte ou Região Metropolitana. O deputado afirmou que somente as soluções estruturais é que vão diminuir os índices alarmantes de violência, mas que é preciso aproximar a polícia da população, buscando alternativas. Citou exemplo de policiamento comunitário em Contagem e o papel do Conselho Comunitário de Defesa Social.

Ineditismo - O deputado Sargento Rodrigues (PL) ressaltou que a pesquisa de opinião pública encomendada pela Assembléia tem o ineditismo de ouvir aqueles que executam o policiamento. Lembrou, ainda, que as duas polícias nunca se sentaram à Mesa para discutirem um ação conjunta na área de segurança pública. Para o parlamentar, não há vontade política do comando das duas polícias para a unificação, pois algum lado, segundo ele, vai perder poder. O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD) também participou da coletiva, que foi transmitida ao vivo pela TV Assembléia.

Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - ACS - 31-2907715