Fórum discute adaptação de currículos para educação de jovens e adultos
"A Organização do Tempo Escolar" foi o último tema do Fórum Técnico "Educação de Jovens e Adultos", encerrado na sext...
09/06/2000 - 19:25
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Fórum discute adaptação de currículos para educação de jovens e adultos "A Organização do Tempo Escolar" foi o último tema do Fórum Técnico "Educação de Jovens e Adultos", encerrado na sexta-feira (09/06/2000), no Plenário da Assembléia Legislativa. Durante o debate, que teve a coordenação do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD), a secretária adjunta de Estado da Educação, Maria José Feres, falou sobre o tema, destacando a importância dos jovens e adultos para a sociedade. Maria José Feres ressaltou que todos têm que ter direito à educação, e que "essa perversidade excludente é responsabilidade de todos", principalmente dos governantes. A secretária adjunta pontuou aspectos que considera importantes para a implementação de técnicas pedagógicas, como a implantação de currículos flexíveis e, em conseqüência, a sensibilidade do professor na aplicação de programas básicos de ensino que respeitem a origem do jovem afastado da escola por circunstâncias diversas e o aluno adulto que não teve chance de estudar. Feres acredita que, para dar certo, o currículo escolar precisa ser discutido com todos os envolvidos, professores e alunos. O professor tem que levar em conta as condições do aluno trabalhador, da dona-de-casa e do jovem que já passou pelos bancos escolares e está de volta. Defendeu a implantação do sistema de créditos para compensar falhas do sistema de avaliação do aluno trabalhador e cobrou das universidades um envolvimento maior no resgate dessa grande dívida social, porque o potencial das escolas superiores é ilimitado. 15 MILHÕES DE EXCLUÍDOS A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, Liliane dos Santos Jorge, expôs experiências do cotidiano nas escolas da Capital, salientando que o tempo de estudos não é o que precede o tempo do trabalho, tampouco o tempo de trabalhar não deve interferir no tempo de estudar. "O importante - acentuou - é o tempo de assumir responsabilidades com o aprendizado, sejam jovens ou adultos." Liliane Jorge ressaltou, também, que é de extrema relevância o tempo de convivência do aluno, jovem ou adulto, com os colegas, buscando enriquecer o relacionamento social com o contado diuturno no espaço escolar. Para a professora da UFMG Maria Amélia Giovaneti, "o tempo hoje está marcado pela pressa, pela falta de tempo" das pessoas de todas as classes sociais, por isso os currículos escolares precisam se adequar para atender aos alunos, considerando a idade cronológica dos grupos, a dimensão de vivência e o tempo escolar. A professora alertou os participantes do Fórum para que tenham cuidado na imposição de regras aos alunos, sejam jovens ou adultos. Por fim, Giovaneti frisou que a sociedade precisa reconhecer o direito à educação do jovens e adultos para que se reduza o número de brasileiros sem acesso à leitura e à escrita, que já somam 15 milhões em todo o território nacional. Responsável pela informação: Eustáquio Marques - ACS - 31-2907715 |
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