"O conceito de universidade estadual deve atender ao conceito de desenvolvimento regional". Com essas palavras, o deputado Edson Rezende (PSB) ilustrou um dos pontos observados pelos membros da Comissão da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) durante a visita técnica ao campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), na cidade de São Paulo, realizada nestas segunda e terça-feira (22 e 23/05/2000). A visita à Unesp foi requerida pelo deputado Edson Rezende e teve o objetivo de subsidiar os trabalhos da Comissão na elaboração de estudos sobre a Universidade do Estado de Minas Gerais.

Segundo o deputado, a Unesp tem 15 unidades espalhadas eqüitativamente no território do Estado de São Paulo, o que proporcionou uma mudança cultural, científica e econômica nas regiões onde a universidade foi implantada. Edson Rezende informou que a Universidade Estadual Paulista foi criada em 1976, com a reunião de antigas fundações públicas de ensino superior localizadas no interior paulista, a partir de uma necessidade de se implantar um macro-sistema de ensino superior no Estado. Como resultado do empreendimento, o deputado destacou que, em termos de pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão, a produção científica da Unesp atualmente está equiparada à produção da USP. "A equipe da Unesp inclusive está participando do projeto Genoma", ressaltou.

O deputado destacou o papel da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) no desenvolvimento de atividades científicas na universidade. "A Fundação se responsabiliza por todo o processo de realização de projetos científicos, desde o repasse de recursos até melhorias na infra-estrutura dos laboratórios", informou ele. Os recursos da Unesp são repassados pelo governo do Estado, que vincula 2,34% do ICMS líquido para a instituição, o que resulta num orçamento de R$ 450 milhões por ano.

Um dos problemas enfrentados pela atual administração da Unesp é a folha de pagamento. O deputado informou que 30% do orçamento da Universidade está destinado ao pagamento de inativos e, atualmente, a instituição está operando no limite, com 80% dos recursos destinados para a folha de servidores. Como solução para a escassez de verba, novas formas de investimentos são procuradas, como convênios com empresas privadas.

Outro ponto positivo, apontado pela deputada Maria Tereza Lara (PT), está no auxílio dado pela Unesp aos alunos. Segundo a deputada, os estudantes não pagam nada pela educação que recebem, ficando isentos até da taxa de matrícula. Também existem programas que auxiliam os estudantes carentes, como auxílio à moradia e cursos pré-vestibulares, ministrados por alunos da universidade, para vestibulandos de escolas públicas.

A deputada ressaltou o investimento que o Estado de São Paulo fez no ensino superior público, como a Unesp. Segundo ela, o exemplo paulista deve ser seguido em Minas Gerais. "Não há como implantar a Uemg sem investimento contínuo. Para isso, é necessário vontade política", destacou a deputada. Para o deputado José Henrique (PMDB), a Assembléia Legislativa tem, desde a Constituinte de 89, o dever de priorizar a implantação da Uemg. "Temos que seguir o exemplo de São Paulo, que viu na sua universidade estadual um veículo para o desenvolvimento do Estado", ressaltou ele.

Participaram da visita técnica, em São Paulo, a deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente da Comissão, e os deputados Edson Rezende (PSB) e José Henrique (PMDB).

Responsável pela informação: Alexandre Vaz - ACS - 31-2907715