Líderes de partidos avaliam entrevista de Anderson Adauto
Líderes de diversos partidos na Assembléia Legislativa manifestaram-se, nesta sexta-feira (19/5/2000), com relação à ...
19/05/2000 - 18:57
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Líderes de partidos avaliam entrevista de Anderson Adauto Líderes de diversos partidos na Assembléia Legislativa manifestaram-se, nesta sexta-feira (19/5/2000), com relação à entrevista concedida na véspera pelo presidente da Assembléia, deputado Anderson Adauto (PMDB), em que ele falou sobre a nova relação entre o Legislativo e o Executivo, marcada sobretudo pela independência e respeito entre os poderes, e sobre o fortalecimento do Colégio de Líderes. O líder do Governo na Assembléia, deputado Sávio Souza Cruz (PSB), disse que não vê qualquer risco de crise institucional entre os poderes Executivo e Legislativo, mas um processo de redefinição de padrões de comportamento entre o Governo e sua base legislativa. "É um processo muito rico, que certamente será benéfico para a política não só em Minas, mas em todo o País", afirmou. Sávio Souza Cruz ressaltou que o governador Itamar Franco nunca pretendeu ter um controle político sobre a Assembléia, e que o bom relacionamento entre Legislativo e Executivo só é possível se os dois poderes exercerem sua autonomia e soberania integralmente. Para o líder da Maioria, deputado Antônio Andrade (PMDB), Legislativo e Executivo estão inaugurando uma nova fase na relação entre os dois poderes, "sem interferências, com muito mais independência, respeito mútuo e responsabilidade", e a sociedade só tem a ganhar com isso. "Quanto maior a independência entre os poderes, melhor", avaliou. Na opinião de Antônio Andrade, o comando político da Assembléia deve ser exercido pelo Colégio de Líderes, que decidiria a pauta de votações. "Isso não pode ser motivo de crise entre os poderes", completou. O deputado Carlos Pimenta (PSDB), líder da Minoria, disse que Anderson Adauto "foi muito feliz em sua entrevista, pois sua preocupação é o fortalecimento do Poder Legislativo". "Ele manifestou uma posição correta, digna de um presidente de Poder", assinalou. Segundo ele, o presidente da Assembléia nunca solicitou à bancada da oposição qualquer tipo de comportamento com relação ao Governo ou a projeto de autoria do governador; e "independência não pode ser entendida como agressão ao Executivo". "Espero que essa posição de independência não seja só por causa das divergências atuais entre o presidente e o governador; enquanto Anderson Adauto continuar agindo assim, terá o apoio das oposições", completou. Para o líder do PMDB, deputado Paulo Pettersen, o Legislativo está "cortando o cordão umbilical que o ligava ao Executivo", e isso é um avanço. Ele criticou declarações do governador, publicadas pela imprensa, dando conta de que manteria no cargo o atual superintendente da Fhemig, mesmo após a indicação ter sido rejeitada pelo Plenário. "Isso é um desrespeito à Constituição e, a continuar assim, será criado um clima que poderá levar até mesmo ao impeachment do governador", afirmou, ressalvando que "Itamar Franco é uma pessoa correta, inteligente, um estadista, mas que está agindo como um neófito na política e passando intranqüilidade à população". Paulo Pettersen foi taxativo ao afirmar que o comando político da Assembléia é do presidente do Poder, e que Anderson Adauto "teve um gesto de grandeza ao anunciar que pretende consultar o Colégio de Líderes antes de tomar decisões importantes". Já o líder do PDT, deputado Marcelo Gonçalves, avalia que o momento atual "é muito delicado", e que o Colégio de Líderes será fundamental em todas as decisões a serem tomadas a partir de agora, como na tramitação de projetos e em matérias importantes para o Executivo, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento. Marcelo Gonçalves disse que os deputados do PDT ainda não se reuniram com o líder do Governo, deputado Sávio Souza Cruz, e que estão votando de acordo com posições decididas em reuniões da bancada. Na análise de Marco Régis, líder do PPS, o Legislativo mineiro está vivendo uma situação que seria a ideal para todos os legislativos, tanto na esfera estadual, quanto na federal e na municipal. "Essa independência é importante, e deveria prevalecer em todos os níveis. Hoje, a submissão dos legislativos aos executivos é generalizada. Tomara que o exemplo da Assembléia de Minas seja duradouro e pedagógico para os demais parlamentos", afirmou. Marco Régis destacou que tem afinidade com as posições assumidas pelo governador no confronto com o Governo Federal, mas que isso não significa atrelamento nas votações. "Acho bom que haja independência, acabou a época do toma lá, dá cá", sentenciou. Com relação ao Colégio de Líderes, o líder do PPS diz que seu papel é importante, mas que ele não pode ser autoritário, "para que não haja uma ditadura do Colégio de Líderes". Responsável pela informação: Jorge Pôssa - ACS - 31-2907715 |
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