Ex-vigilante usou escopeta no haras de Paulo César Santiago

O ex-segurança do haras do empresário Paulo César Santiago, Kennedy Amorim, prestou depoimento, nesta terça-feira (09...

10/05/2000 - 11:36

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Ex-vigilante usou escopeta no haras de Paulo César Santiago

O ex-segurança do haras do empresário Paulo César Santiago, Kennedy Amorim, prestou depoimento, nesta terça-feira (09/05/2000), na reunião da CPI do Narcotráfico da Assembléia Legislativa. Ele afirmou que no haras, assim como os outros segurança, portava escopetas no horário de trabalho. Kennedy foi citado por outra testemunha da CPI, ouvida em Montes Claros, identificada como "João". O relator da Comissão, deputado Rogério Correia (PT), esclareceu que a CPI está averiguando as denúncias apresentadas por "Laércio" sobre o envolvimento do empresário Paulo César Santiago, irmão do deputado estadual Arlen Santiago (PTB), com o tráfico de drogas no Norte de Minas.

De acordo com Amorim, durante os nove dias que trabalhou para a Vigilar Comércio e Serviços Gerais, responsável pela segurança do Haras Pirâmide, em Montes Claros, não observou movimentações estranhas no local. A testemunha, porém, não sabia o por quê da utilização das escopetas. "Eu perguntava para mim mesmo. Não sei explicar direito", afirmou. Segundo Kennedy, no nono dia de trabalho não foi recebido bem entre os colegas, vindo a saber que a escopeta com que trabalhava havia desaparecido.

O depoente informou que foi acusado pelo proprietário da empresa de segurança, o sargento da Polícia Militar, Jacinto Paulo Pereira Faustino, pelo desaparecimento da arma. "Ele foi além do limite, me acusou de ter furtado a arma e por isso saí da Vigilar", explicou. Kennedy está processando o proprietário da Vigilar por danos morais. Depois do ocorrido, Amorim foi procurado duas vezes em sua casa por outro funcionário da Vigilar, que de acordo as informações do relator da CPI, deputado Rogério Correia (PT), teria sido contratado para matá-lo. Kennedy só ficou sabendo que a sua morte havia sido encomendada no último dia 4 de maio, quando seu nome foi veiculado na imprensa como depoente da CPI.

PAULO GIOVANNI SHEIFER

O presidente da CPI, deputado Marcelo Gonçalves (PDT), registrou sua visita a Feira de Santana, na Bahia, na última quinta-feira (04/05/2000), quando ouviu o traficante Paulo Giovanni Sheifer. Segundo o deputado, o traficante confessou que fugiu do 2º DP de Contagem com a ajuda de policiais civis. O traficante foi preso em Pará de Minas e, de acordo com o deputado, no seu transporte para Belo Horizonte, os policiais ofereceram R$ 50 mil pela fuga. O presidente informou que o caso está sob a responsabilidade da Polícia Civil para apuração.

REQUERIMENTOS

Durante a reunião foi aprovado requerimento da Comissão solicitando a prorrogação do prazo dos trabalhos por mais 60 dias. Também foram aprovados dois requerimentos do deputado Rogério Correia (PT) solicitando à Polícia Militar um tratamento especial na vigilância das testemunhas ouvidas pela CPI; e convocando Euvânia Luiz, contadora da Vigilar, para prestar esclarecimentos à CPI.

PRESENÇAS

Participaram da reunião os deputados Marcelo Gonçalves (PDT) - presidente; Rogério Correia (PT) - relator; Marco Régis (PPS); Dimas Rodrigues (PMDB); e Agostinho da Silveira (PL).


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