Carlos Eloy diz que Cemig é máquina de fazer dinheiro

O ex-presidente da Cemig, Carlos Eloy, admitiu, em depoimento à CPI da Cemig nesta quarta-feira (17/3/1999), que não ...

22/05/2000 - 14:41

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Carlos Eloy diz que Cemig é máquina de fazer dinheiro

O ex-presidente da Cemig, Carlos Eloy, admitiu, em depoimento à CPI da Cemig nesta quarta-feira (17/3/1999), que não foi consultado nem teve qualquer participação no processo de venda de 33% das ações ordinárias da empresa, em maio de 1997, inclusive na elaboração do edital. Ele afirmou que, embora não tenha sido consultado, foi informado de todos os passos da operação pelo ex-governador Eduardo Azeredo e pelos ex-secretários de Planejamento e da Fazenda. De acordo com o ex-presidente da empresa, "a Cemig é uma fábrica produtora de lucros e dividendos e, bem administrada, é uma verdadeira máquina de fazer dinheiro", e a venda de parte das ações só aconteceu porque o Estado estava em dificuldades financeiras.

Em seu depoimento, Eloy defendeu o ex-governador Eduardo Azeredo dizendo que ele estava certo ao se colocar contrário à privatização da Cemig, mantendo o Estado como acionista majoritário, mesmo contra a opinião de sua equipe econômica e das pressões exercidas pelo governo federal e pelo BNDES em favor da venda de todo o controle acionário da companhia.

Carlos Eloy declarou que, ao contrário do atual presidente da Cemig, Djalma Morais, que declarou à CPI que o governo se sente "desconfortável" diante do poder de veto dado aos sócios estrangeiros, ele nunca teve qualquer problema com os sócios, e que todos os seus projetos foram aprovados por unanimidade pelo direção da empresa e pelo Conselho de Administração. Disse, também, que o acordo de acionistas não significou diminuição nos investimentos sociais que, no ano passado, foram de 9,74% dos lucros. Em 1998, até o mês de setembro o lucro da Cemig foi de US$ 331 milhões, sendo que o sócio - consórcio Southern/AES/Opoortunity - fica com 14,5% do lucro, o que equivale a sua participação no total das ações.

Respondendo a indagações dos deputados, Carlos Eloy defendeu o acordo de acionistas e os termos do edital de venda das ações, como a exigência de que os compradores tivessem experiência no setor de energia elétrica. Avaliou, ainda, que este ano a Cemig pode estar tendo prejuízo, em virtude da desvalorização do real, uma vez que a empresa compra energia de Itaipu em dólar.

Requerimentos aprovados - Foram aprovados requerimentos convidando para prestarem esclarecimentos à CPI o ex-secretário-adjunto da Fazenda e ex-presidente da MGI, Luiz Antônio Athayde; o ex-procurador geral do Estado, Arésio Dâmaso; o ex-secretário de Planejamento, Walfrido dos Mares Guia; o ex-secretário da Fazenda, João Heraldo Lima; o ex-vice-presidente da Cemig, David Travesso Neto; o presidente do Clube dos Investidores da Cemig, Aires Mascarenhas; e o ex-ministro e ex-presidente do BNDES, Mendonça de Barros. Também foram aprovados requerimentos pedindo à Cemig informações sobre antecipação de pagamento de dividendos ao governo do Estado e sobre a participação do governo nos lucros da empresa nos últimos quatro anos; e solicitando à Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais que designe um promotor de Justiça da Promotoria de Defesa do Cidadão para acompanhar os trabalhos da CPI.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), que a presidiu, Bilac Pinto (PFL), Antônio Andrade (PMDB), Amílcar Martins (PSDB), Chico Rafael (PSB), Eduardo Brandão (PL), Eduardo Daladier (PDT) e Rogério Correia (PT), membros da CPI, além dos deputados Rêmolo Aloise (PFL), Antônio Carlos Andrada (PSDB), Sebastião Costa (PFL), Mauri Torres (PSDB), Márcio Kangussu (PSDB), Fábio Avelar (PSDB), Hely Tarquínio (PSDB), Ermano Batista (PSDB), Antônio Roberto (PMDB), Durval Ângelo (PT), Arlen Santiago (PTB), Ivo José (PT), Carlos de Mesquita (PMDB), Marcelo Gonçalves (PDT), Álvaro Antônio (PDT), Aílton Vilela (PSDB), Carlos Pimenta (PSDB), Antônio Júlio (PMDB), Paulo Piau (PFL), Olinto Godinho (PTB), Edson Rezende (PSB), Sebastião Navarro Vieira (PFL) e Bené Guedes (PDT).


Responsável pela informação: Jorge Pôssa - ACS - 31-2907715