Presidentes de fundações dizem que falta projeto para Uemg

Faltam vontade política e definição de um projeto de universidade para a Uemg. Essa foi a opinião unânime dos presidentes de fundações educacionais do interior, ouvidos, nessa quinta-feira (06/04/2000), pela Comissão Especial da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). O debate girou em torno das questões referentes à absorção dessas instituições pela Universidade, ainda não efetivadas desde a criação da instituição pela Constituição Estadual, em 1989.

Estavam presentes à reunião Stéfano Barra Gazzola, presidente da Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas; Dilma de Abreu Torino, diretora acadêmica da Fundação Educacional de Lavras; Paulo Felipe Pereira, presidente da Fundação de Ensino Superior de Passos; Gilson Gilbertone Burgarelli, presidente da Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha; Gilson Soares, presidente da Fundação Educacional de Divinópolis; Ivan Abrão, presidente da Fundação Educacional de Ituiutaba e Henrique Napoleão de Andrade, presidente da Fundação Cultural Campanha da Princesa.

Segundo Gilson Soares, é preciso debater o modelo de universidade para se concretizar "o sonho da Universidade do Estado de Minas Gerais". Sua opinião foi compartilhada por todos os convidados. Eles afirmaram que as fundações absorvidas pela Uemg estão em estado de indefinição quanto à sua relação com a Universidade do Estado, pois as instituições são agregadas à Uemg mas não podem se considerar como partes integrantes dela, pois falta a efetivação do processo de absorção.

Os representantes das fundações concordam que a associação com a Uemg proporcionou melhoria nas condições das instituições, mas afirmam que a escassez de recursos é um problema grave. A maior parte do financiamento vem de convênios assinados com outras entidades e das mensalidades cobradas dos alunos. Contudo, segundo Stéfano Gazzola, da Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, a cobrança de mensalidades, apesar de ser um paliativo para a falta de verba, acaba gerando um novo problema, uma vez que os alunos dessas fundações, na sua maioria, são pobres e não podem pagar as mensalidades. O resultado é uma porcentagem muito grande de estudantes inadimplentes. No caso da Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, esse percentual já chegou a 50%, em determinada época.

REQUERIMENTOS
Durante a reunião, foram aprovados dois requerimentos do deputado Edson Rezende (PT). Um deles pede o prorrogamento do prazo de funcionamento da Comissão por mais 30 dias. O outro solicita que sejam convidados o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia; o secretário de Estado do Planejamento; o secretário de Estado da Fazenda; o presidente da Fundação João Pinheiro; o presidente do sindicato dos professores de Minas Gerais (Simpro) e representantes do Conselho Estadual de Educação para debater a situação da Uemg.

PRESENÇAS
Participaram da reunião a deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente da Comissão, e os deputados Edson Rezende (PSB), Amilcar Martins (PSDB), José Henrique (PMDB) e Maria José Haueisen (PT).

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Responsável pela informação: Alexandre Vaz - ACS - 31-2907715