Processo de implantação da Uemg é tema de debate

A Comissão Especial formada para realizar estudos e encaminhar proposições sobre a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) recebeu, nesta quinta- feira (23/03/2000), o reitor Gerson Boson, o pró-reitor de Administração e Finanças, José Gama Dias; a pró-reitora de Planejamento, Ana Adelina de Moura e Silva Lins; e o chefe de gabinete do reitor, Januzi de Souza Reis. O objetivo da reunião foi debater as questões relativas à implantação efetiva da universidade estadual, como o processo de absorção de fundações educacionais do interior, as formas de financiamento dos projetos educacionais e o atual estágio do processo legal de institucionalização da Uemg.

Segundo Gerson Boson, o problema fundamental da Uemg está na sua institucionalização, que ainda não aconteceu de fato, pois as disposições legais que criaram a universidade previam a instalação da Reitoria na capital, com a absorção de nove fundações de ensino instaladas em cidades do interior - que ainda não ocorreu e está esbarrando em vários entraves legais. Outro problema apontado pelo reitor está nas condições precárias em que os cursos da capital estão funcionando. Como exemplo, ele citou o curso de Pedagogia da universidade, que funciona no porão do Instituto de Educação. Ele explicou que o orçamento anual de R$ 16 milhões mal dá para pagar o quadro de funcionários.

GRATUIDADE DO ENSINO
José Gama Dias apresentou um projeto para um modelo de implantação da universidade que conjugaria a necessidade de implantação da Uemg com as restrições financeiras do governo. O projeto dá autonomia à universidade para gerir os seus recursos, cabendo ao Estado apenas subvencionar as unidades do interior.

Um dos pontos de destaque do debate foi a gratuidade do ensino na universidade. No projeto de implantação da Uemg, estava previsto o ensino gratuito. Segundo Ana Adelina, esse modelo é o ideal, porém inaplicável, pois é caro e o governo não tem recursos. Uma solução seria a adoção do modelo alternativo apresentado por José Gama Dias, que permitiria que a instituição cobrasse mensalidade e oferecesse bolsas de estudo para os alunos carentes.

A despeito do problemas enfrentados pela instituição, Ana Adelina de Souza e Silva Lins destacou as realizações de Uemg e o seu projeto de implantação no interior do Estado. Ela lembrou que 60% dos alunos da universidade são de origem humilde. Além disso, o projeto da universidade prevê que 73% dos municípios serão cobertos pela Uemg, o que significa uma difusão de conhecimento científico, tecnológico e artístico nas regiões mais carentes do Estado.

Durante a reunião, foi aprovado requerimento do deputado José Henrique (PMDB), solicitando que seja convidado o ex-reitor da Uemg Aloísio Pimenta para prestar esclarecimentos. Também foram aprovados dois requerimentos do deputado Amilcar Martins (PSDB), solicitando que sejam convidados o professor Antônio Faria, ex-vice reitor da universidade, e o professor José Osvaldo Lasmar, ex-pró-reitor de Planejamento. O deputado Edson Rezende (PSB) apresentou dois requerimentos pedindo que sejam ouvidos os prefeitos das cidades onde estão localizadas as fundações educacionais agregadas à Uemg e os presidentes das mesmas.

PRESENÇAS
Participaram da reunião a deputada Maria Tereza Lara (PT), que a presidiu, e os deputados Edson Rezende (PSB) e Amilcar Martins (PSDB).

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