Ex-presidente do Bemge fala à CPI do Sistema Financeiro
Gestões inadequadas foram as principais causas do desaparecimento dos bancos estaduais. A informação é do ex-presiden...
26/02/2000 - 00:42Ex-presidente do Bemge fala à CPI do Sistema Financeiro
Gestões inadequadas foram as principais causas do desaparecimento dos bancos estaduais. A informação é do ex-presidente do Bemge José Luiz Rocha, que participou, nesta quinta-feira (24/02/2000), de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, no prazo de 120 dias, investiga o processo de ajuste e as transformações no Sistema Financeiro Público Estadual, na década de 1990, com destaque para a privatização do Bemge. Rocha prestou esclarecimentos sobre o período que presidiu o banco, compreendido entre os anos de 1987 e 1990.De acordo com o ex-presidente, quando assumiu o Bemge, o País estava passando por um momento difícil, com a economia desfavorável e crises em diversos setores, inclusive no setor público. Segundo ele, o banco apresentava atrasos tecnológicos com diversos prejuízos organizacionais. Rocha afirmou que, para sanear o banco, que se encontrava em situação deficitária, foram traçados diagnósticos divididos em 22 ações. "O segredo foi valorizar os recursos humanos da instituição e as tecnologias da informação", disse.
CAUSAS DOS PROBLEMAS
Questionado pelo deputado Mauro Lobo (PSDB) quanto ao desaparecimento das instituições financeiras estaduais, José Luiz Rocha acredita que muitas pessoas que não tinham perfil para administrar o negócio também contribuíram para o desaparecimento dos bancos estaduais. Ele criticou, ainda, a falta de continuidade nas ações do Bemge; e apontou como causas dos problemas a descontinuidade e a falta de critérios na seleção de pessoal. Rocha ressaltou que é preciso encontrar uma maneira de valorizar os órgãos públicos. "Temos que reconstruir valores morais dessa sociedade, e o Poder Legislativo tem um papel de extrema importância", ressaltou.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), relator da Comissão, perguntou ao ex- presidente do Bemge até que ponto os empréstimos ao Governo do Estado foram um fator problemático para esses bancos. Ele respondeu que a perda do controle da economia, os fracassos de diversos planos econômicos - que tiraram de circulação os ativos financeiros do mercado - e a falta de controle do Governo acabaram forçando antecipações de receita, que representam endividamentos. "Aconteceu de maneira generalizada no País", informou. Segundo José Luiz Rocha, no término de sua gestão, em 1990, entregou o Bemge ao Estado "completamente sanado, eficiente e moderno".
PRESENÇAS
Participaram da reunião os deputados Ronaldo Canabrava (PMDB), que a presidiu; Doutor Viana (PDT), Paulo Piau (PFL), Mauro Lobo (PSDB) e Adelmo Carneiro Leão (PT).
Responsável pela informação: Carolina Braga-ACS-312907812