Declarações de secretário têm repercussão na Assembléia
A Reunião Extraordinária da manhã desta sexta-feira (17/12/1999) foi interrompida na fase de votação das matérias con...
21/12/1999 - 06:07Declarações de secretário têm repercussão na Assembléia
A Reunião Extraordinária da manhã desta sexta-feira (17/12/1999) foi interrompida na fase de votação das matérias constantes da pauta, quando a deputada Elbe Brandão (PSDB) fez uso da palavra para denunciar o secretário de Estado da Administração, deputado licenciado Sávio Souza Cruz, por declarações consideradas ofensivas e injuriosas aos Poderes Legislativo e Judiciário. As declarações teriam sido feitas durante audiência que ele concedeu a ex- servidores da extinta MinasCaixa e a diretores do Sindicato dos Funcionários Públicos.Souza Cruz teria criticado o alto salário dos parlamentares, dos servidores do Legislativo e do Judiciário e afirmado que projetos nascidos na Assembléia a Secretaria não acata, principalmente em se tratando de recursos humanos, pois teriam vício de origem, sendo apenas autorizativos e instrumentos políticos. A deputada Elbe Brandão desafiou Souza Cruz a receber um salário mínimo de remuneração, quando retornar à Alemg, reassumindo seu mandato parlamentar. Sugeriu ao corregedor, deputado Antônio Júlio (PMDB), a formular um processo de cassação do deputado licenciado, por falta de decoro parlamentar.
Depois de tomarem conhecimento do teor das declarações, diversos deputados se revezaram nos microfones para repudiar a atitude do secretário Souza Cruz. Os deputados Carlos Pimenta (PSDB) e Alberto Bejani (PFL) solicitaram uma imediata reunião do Colégio de Líderes para uma tomada de posição sobre o episódio. Também o deputado Eduardo Hermeto (PFL) e o líder do PSDB, deputado Hely Tarqüínio, protestaram contra as declarações do secretário, enquanto o deputado tucano Amilcar Martins creditou-as a um auxiliar direto do governador Itamar Franco.
Já o deputado Chico Rafael (PSB) sugeriu a convocação do secretário para prestar esclarecimentos aos parlamentares em Plenário. Também o deputado Marco Régis (PPS) sugeriu o comparecimento do secretário, "porque não podemos aturar comentários depreciativos contra toda a Casa. Que o secretário compareça não apenas perante o Colégio de Líderes, mas diante de todos os deputados, porque todos fomos ofendidos", acentuou.
O deputado Durval Ângelo (PT) comparou o secretário a um monarca e propôs uma moção de repúdio ao "monarca Souza Cruz". Os deputados cobraram uma imediata posição da Presidência. O deputado Anderson Adauto respondeu com uma indagação: "o que se pode esperar de um monarquista?", referindo-se à posição de Sávio Souza Cruz durante a realização do plebiscito nacional sobre a forma de governo que seria adotada pelo País.
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