Minas se mobiliza contra a privatização de Furnas

Representantes das quase 50 entidades que integram o Movimento em Defesa de Furnas e Contra a Privatização dos Recurs...

09/12/1999 - 07:06

Minas se mobiliza contra a privatização de Furnas

Representantes das quase 50 entidades que integram o Movimento em Defesa de Furnas e Contra a Privatização dos Recursos Hídricos estarão participando, na próxima sexta-feira, dia 10, às 14h, no Plenário da Assembléia Legislativa, de um ato público contra a privatização da hidrelétrica e do lançamento da Frente Parlamentar Jorge Hannas contra a Privatização de Furnas. Também estão sendo esperadas lideranças partidárias estaduais e nacionais, representantes de diversas entidades sindicais e empresas do Estado, além do governador Itamar Franco, do prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro e do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Anderson Adauto (PMDB), que deverá coordenar os trabalhos.

Durante o encontro, será discutido também um calendário de atividades, com programação até o próximo mês de fevereiro, quando será realizada, em dia ainda a ser definido, uma manifestação pública nacional, na região do Lago de Furnas, mobilizando todos os segmentos da sociedade que estão contra a privatização da empresa. Em recente manifestação, realizada em Capitólio, o presidente da Assembléia de Minas, deputado Anderson Adauto, criticou as privatização no setor hidrelétrico e ressaltou que, em outros países, como os EUA, o Canadá, a França e a Alemanha, os principais recursos hidrelétricos e as bacias hidrográficas são mantidos sob rigoroso controle governamental devido ao seu caráter estratégico e à sua importância social e econômica.

"Furnas é uma das maiores e mais lucrativas empresas da América do Sul frisou Anderson Adauto - e mantém presença destacada no Mercosul, sendo responsável por 43% de toda a energia consumida no Brasil e noventa milhões de brasileiros dependem dela. É um patrimônio que não pode ser alienado". Furnas conta com um complexo de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, totalizando uma potência instalada de 8.141 MW, sendo 38 subestações e 14.000 Km de linhas de transmissão, posicionando-se assim, como uma das maiores empresas nacionais. Furnas é estratégica

Vinculada ao Ministério das Minas e Energia, Furnas nasceu estimulada por um desafio: superar a crise de suprimento de energia elétrica que, no final da década de 50, ameaçava de colapso os três principais centros sócio-econômicos brasileiros - São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O imenso potencial hídrico do Rio Grande, que corta a Região Sudeste, grande parte na divisa de São Paulo e Minas Gerais, era a resposta para solucionar essa deficiência da região.

Assim, pelo Decreto 41.066 de 28 de fevereiro de 1957, foi criada a Central Elétrica de Furnas, com o objetivo de construir a Usina de Furnas, a primeira de grande porte do Brasil, com 1.216 MW de potência. Ela começou a operar em 1963, fornecendo energia para os parques industriais de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, que puderam retomar e dinamizar a produção, com o excepcional reforço de energia elétrica. Hoje é uma empresa estratégica dentro do sistema nacional de energia.

Frente Jorge Hannas
A Frente Parlamentar Jorge Hannas Contra a Privatização de Furnas é formada por 71 deputados, representantes de diversos partidos. Ela foi constituída com o objetivo de mobilizar o poder público e a sociedade contra a privatização de Furnas e assegurar o controle do Estado sobre a Usina. No mês de maio, a privatização da Usina foi discutida na Assembléia, durante o Fórum Nacional Contra a Privatização de Furnas e dos Recursos Hídricos Brasileiros, evento promovido pelo Sindieletro, com o apoio do Legislativo Mineiro.

O presidente Anderson Adauto ressalta que a Frente expressa o consenso dos parlamentares mineiros, de todos os partidos e regiões, contra a privatização da empresa e de uma das grandes riquezas do Estado, que é o seu potencial hidrográfico. "A defesa de nossas bacias hidrográficas - frisou o presidente - é a defesa da vida, da dignidade do nosso povo e da soberania política do Brasil".

Entidades que apoiam o evento
Entre as entidades que estarão participando do Ato Público, no próximo dia 10, estão a Associação dos Contribuintes do Ipsemg (Ascom), Associação dos Municípios do Lago de Furnas, Associação dos Jornalistas do Serviço Público, Central dos Movimentos Populares, Central Única dos Trabalhadores, Confederação Geral dos Trabalhadores, Conselho Estadual da Juventude, Movimento dos Sem-Terra, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Federação Mineira de Associações Microrregionais de Municípios (Femam), entre outros sindicatos, partidos políticos e entidades profissionais.


Responsável pela informação: Patricia Duarte - ACS - 31-2907715