Alemg lembra Dia Internacional de Luta contra a Aids

A Assembléia Legislativa marcou, nesta quarta-feira (01/12/1999), o Dia Internacional de Luta contra a Aids, recebend...

03/12/1999 - 07:09

Alemg lembra Dia Internacional de Luta contra a Aids

A Assembléia Legislativa marcou, nesta quarta-feira (01/12/1999), o Dia Internacional de Luta contra a Aids, recebendo, no Plenário, representantes de organizações não governamentais que atuam na área. O evento foi solicitado pelo deputado Edson Rezende (PSB), que destacou que a data não seria comemorativa, mas de reflexão sobre o grande mal que representa a Aids. Ele destacou que, nas duas últimas décadas, a Aids atingiu 33,4 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo 1,4 milhões na América Latina e 145 mil no Brasil.

O deputado lembrou que a doença atinge predominantemente jovens, sendo que 82% dos casos ocorrem na faixa etária entre 20 e 44 anos. A doença, ressaltou Edson Rezende, se distribui igualmente entre a população. Os homossexuais e bissexuais masculinos, que representavam 70% dos infectados pelo vírus em 1986, caíram para 20% em 1997. Os heterossexuais, que eram apenas 3% em 1986, passaram a representar 28% em 1997; e os usuários de drogas injetáveis passaram de 5% para 16%, nesse período.

O coordenador estadual da Rede de Pessoas Vivendo com HIV-Aids (RNP+), Bernardo Zaldinar Silva, concordou que esse é um momento de reflexão e destacou a falta de assistência para as vítimas da Aids no Estado. Ele lembrou que faltam medicamentos básicos no Hospital Eduardo de Menezes, referência no atendimento a portadores do vírus HIV, assim como remédios contra as doenças oportunistas. Ele cobrou da Assembléia ações mais diretas de assistência à área.

O presidente do Grupo de Apoio e Prevenção contra Aids (Gapa), Roberto Chateaubriand Domingues, disse que o dia 1º de dezembro foi escolhido por ser o mês ideal para repensar as ações e planejar o próximo ano. Segundo ele, neste ano viu-se o cansaço das ONGs de um lado e a indiferença da comunidade de outro, principalmente porque há mais de 10 anos as reivindicações são as mesmas. Domingues protestou contra as declarações do superintendente da Fhemig após as denúncias das más condições do Hospital Eduardo de Menezes. O superintendente teria dito que faltam remédios porque os pacientes estão vivendo mais, o que, para Domingues, é uma lógica perversa de deslocamento de responsabilidades. "Se os pacientes com Aids tivessem morrido, talvez a gente não estivesse sofrendo problemas assim", ironizou.

O presidente do Gapa ressaltou, ainda, que, se há 10 anos as reclamações são as mesmas, "há algo muito errado no País com a saúde e educação". "Quem sabe um ano a gente possa celebrar as conquistas ao invés de reivindicar direitos", disse ele. Domingues reivindicou, ainda, políticas claras e definidas para a saúde.

A presidente do "Grupo Vhiver", Dária Alcaíno Dal Zuffo, ressaltou as dificuldades, indiferença, preconceito e incompreensão de que sofrem as vítimas da Aids, além da falta de recursos. Mônica Abreu, da Associação Sindical dos Trabalhadores da Fhemgi (Asthemg), denunciou que 31 leitos estão desativados no Hospital Eduardo de Menezes e que os trabalhadores estão sendo ameaçados de demissão se comentarem a situação do hospital.

O coordenador estadual de DST-Aids da Secretaria de Estado da Saúde, Hilton Brant, também participou da reunião.


Responsável pela informação: Fabiola Farage - ACS - 31-2907715